Uma das influências da rainha Elizabeth II em território latino-americano, as Ilhas Malvinas eram parte do orgulho do seu vasto Império
Em 1982, Argentina e Inglaterra entraram em confronto cauteloso pela soberania do arquipélago das Ilhas Malvinas ou Ilhas Falklands. Este conflito significou o batismo de fogo da Força Aérea Argentina, testando todo o seu material bélico.
A disputa aconteceu no extremo sul do continente. O território insular está ocupado pelos ingleses desde 1833, mas geograficamente está próximo da República Argentina, localizado na plataforma continental do Mar Argentino, a cerca de 464 quilômetros do continente (Patagônia Argentina).
Em 2 de abril de 1982, a Argentina iniciou a chamada "Operação Rosário", que consistia na recuperação da soberania sobre as ilhas. A hostilidade entre os dois Estados durou até 14 de junho do mesmo ano, quando a Argentina foi forçada a se render ao poderio armado da Royal Air Force (RAF) e Royal Navy.
Durante a guerra, a rainha Elizabeth II expressou seu total apoio à RAF, dizendo estar "orgulhosa" dos soldados britânicos e de suas ações para defender a soberania do território insular. Durante o conflito, algumas aeronaves foram fundamentais para o desenvolvimento da ofensiva argentina e da defensiva britânica. Os chamados "Heróis das Malvinas" deram tudo o que tinham e muito mais para tentar recuperar o que, segundo a Junta Militar que governava a Argentina na época, pertencia ao país sul-americano.
Um grande número de aeronaves pertencentes às diferentes brigadas aéreas da Argentina participou da guerra.
O Lockheed Martin C-130 Hercules, que cumpria a função de transporte de armas, pessoal e veículos das diferentes bases, além de reabastecimento em voo dos caças e reconhecimento aéreo.
Os Fokker F-28 e F-27, o Boeing 707 e os IA-50 Guaraní, este último de produção nacional, serviram para transportar as tropas até as bases onde seriam embarcadas nos navios de guerra ou nas diferentes posições atribuídas. Também durante o decorrer e o fim da guerra serviriam de apoio médico aos feridos de guerra. O 707 ainda serviu em apoio as missões de inteligência.
O Mirage III, o Mirage V, o A4-B, o A4-C e o Canberra MK-62 eram os caças, caças-bombardeiros e bombardeiros disponíveis para combater as forças britânicas. O A-4 Fighting Hawk fez história pelos voos baixos que fazia para escapar dos radares britânicos e assim atingir os objetivos.
O Bell 212, o Chinook CH-47 e o Hughes 500 foram os helicópteros que participaram de diferentes missões durante a guerra. Eles foram de vital importância no resgate de soldados presos em território inimigo, vulneráveis a serem presos ou mortos por tropas britânicas.
O LearJet 35 B era essencial para o reconhecimento e alerta da zona de guerra. Equipados com tecnologia de radar e fotografia aérea, forneceram à Força Aérea Argentina as informações necessárias antes de realizar cada missão.
O Lockheed C1 C1P Hercules e o Vickers VC10, aeronaves de transporte tático que operava da ilha de Ascensão, cuja formação completará um século na próxima segunda-feira (12), transportando tropas, recursos e armas para as Malvinas.
O Handley Page Victor K.2, avião-tanque que fornecia combustível para caças e bombardeiros da RAF em zonas de conflito.
O avião de patrulha marítima Hawker Siddeley Nimrod MR.1 operou da Ilha de Ascensão, assim como o LearJet 35 B da Força Aérea Argentina. Eles se encarregavam de fornecer as informações necessárias às forças armadas, realizando patrulhas e reconhecimento da área.
O Harrier GR.3 e o Avro 698 Vulcan B.2 foram os caças e bombardeiros designados para o conflito. O Harrier é uma das bandeiras da Royal Air Force com características praticamente únicas que impuseram a supremacia sobre a Força Aérea Argentina.
O Westland Sea King HAR.4 e o Boeing HC.1 Chinook foram os helicópteros que serviram para transporte e logística tanto dentro das ilhas como também de ligação entre os porta-aviões e terra.
Por Martín Romero
Publicado em 09/09/2022, às 06h12
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