S&P elevou a Embraer para BBB com perspectiva estável, citando backlog recorde de US$ 29,7 bilhões, aumento de entregas e sólida posição financeira
A Embraer foi elevada de BBB- para BBB, com perspectiva estável, pela agência de classificação de risco S&P Global Ratings. A decisão reflete a posição de negócios mais sólida da fabricante brasileira, o aumento nas entregas de aeronaves e a carteira de pedidos em nível recorde.
No segundo trimestre de 2025, a Embraer encerrou com uma carteira de pedidos de US$ 29,7 bilhões (R$ 158,4 bilhões), crescimento de 40% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O avanço foi impulsionado por maior volume de entregas nos segmentos comercial, executivo e de defesa. No acumulado do primeiro semestre, a companhia entregou 91 aeronaves, um aumento de 26% na comparação anual.
A S&P destacou a melhoria da lucratividade, projetando que a margem Ebitda da Embraer deve permanecer entre 10% e 11% nos próximos dois anos. A expectativa é de que a alavancagem continue em nível reduzido, consistentemente abaixo de 1 vez.
A posição de liquidez do fabricante foi considerada robusta, apoiada por fluxo de caixa anual próximo a US$ 700 milhões (R$ 3,73 bilhões) e pela emissão de US$ 650 milhões (R$ 3,46 bilhões) em bonds 2035, com cupom de 5,98%, realizada em fevereiro para refinanciar dívidas de curto prazo.
O plano de investimentos da Embraer deve aumentar para US$ 550 a 650 milhões (R$ 2,93 bilhões a R$ 3,46 bilhões) nos próximos anos, sendo cerca de US$ 200 milhões (R$ 1,07 bilhão) destinados ao desenvolvimento do eVTOL, aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical.
A agência ressaltou a capacidade da Embraer de contornar riscos relacionados ao mercado norte-americano após a elevação da tarifa dos EUA sobre produtos brasileiros, de 10% para 50%. Apesar disso, a S&P estima um impacto anual de US$ 35 a 40 milhões (R$ 186,6 milhões a R$ 213,2 milhões) no Ebitda, equivalente a aproximadamente 0,5%.
Os títulos da Embraer com vencimento em 2035 registraram valorização de 0,7 ponto, cotados a 105,9 e rendimento de 5,2%. Desde a mínima de abril, quando estavam em 97,9 cents por dólar, os papéis já acumulam alta de 8%.
Por Marcel Cardoso
Publicado em 19/09/2025, às 09h04