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Boeing pode enfrentar nova greve de funcionários

Funcionários da Boeing rejeitam contrato e podem entrar em greve. Fábricas de caças nos EUA enfrentam risco de paralisação a partir de agosto


Rejeição de contrato por mais de 3.200 trabalhadores da Boeing nos EUA pode levar à greve em fábricas de caças e sistemas militares - Luís Neves
Rejeição de contrato por mais de 3.200 trabalhadores da Boeing nos EUA pode levar à greve em fábricas de caças e sistemas militares - Luís Neves

Mais de 3.200 trabalhadores da Boeing nos EUA votaram, no último domingo (27), contra a proposta de contrato coletivo apresentada pela empresa, abrindo caminho para uma possível greve em unidades que produzem aviões de combate. O movimento atinge três instalações em dois estados.

Com o fim do contrato que estava em vigor, a rejeição ao novo acordo impõe um período obrigatório de sete dias de “resfriamento” antes que a paralisação possa começar legalmente. Durante esse tempo, não há negociações previstas entre a empresa e o sindicato, o que amplia a incerteza sobre a produção de sistemas estratégicos de defesa dos Estados Unidos.

O sindicato International Association of Machinists and Aerospace Workers (IAM), o maior da categoria industrial na América do Norte, afirmou que a proposta da Boeing “não atendeu às prioridades e aos sacrifícios da força de trabalho qualificada”. A entidade declarou que busca “melhorias significativas que garantam o bem-estar e a segurança futura” dos trabalhadores e suas famílias.

Já a Boeing classificou sua oferta como “o contrato mais vantajoso já proposto” à unidade sindical de St. Louis. Em nota, Dan Gillian, vice-presidente e responsável pela divisão de serviços de defesa da empresa, disse que a companhia está “focada em se preparar para uma greve”.

As unidades envolvidas são responsáveis por programas cruciais de defesa, incluindo aviões de combate de nova geração, aeronaves não tripuladas e manutenção de modelos legados. A instabilidade pode afetar cronogramas sensíveis do setor militar norte-americano.

A última greve na Boeing terminou em 4 de novembro de 2024, após sete semanas de paralisação. Na ocasião, a empresa registrou um prejuízo líquido de US$ 6,17 bilhões (R$ 34,5 bilhões) apenas no terceiro trimestre, sendo considerada a greve mais cara nos Estados Unidos em mais de 25 anos.

Por Marcel Cardoso
Publicado em 28/07/2025, às 14h13


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