Conheça os jatos usados pelos dois candidatos à presidência dos Estados Unidos em 2016
Com a proximidade das eleições nos Estados Unidos, marcada para o dia 8 de novembro, a democrata Hillary Clinton e o bilionário republicano Donald Trump se veem envolvidos em uma das mais concorridas campanhas eleitorais da história do país. Obrigados a conquistar o eleitorado dos chamados swing states, como são apelidados os estados sem predomínio democrata ou republicano, os dois candidatos têm feito um uso intenso das viagens aéreas.
A ex-senadora e ex-secretária de Estado Hillary Clinton tenta pela segunda vez se tornar a primeira mulher a chegar ao cargo de presidente dos Estados Unidos. Nesta campanha, a candidata viaja pelo país a bordo de um Boeing 737-800 personalizado com as cores azul e branco e o slogan da campanha “Stronger Together” pintado na dianteira da aeronave. Nos winglets e estabilizador vertical, o avião traz o “H” estilizado.
Curiosamente, a equipe de marketing optou por não incluir a cor vermelha, tradicional dos democratas, especialmente no “H”, após a polêmica da escolha do logo. Inspirado no logotipo de 2008, quando concorreu nas primárias com o atual presidente Barack Obama, a equipe de Clinton manteve o uso da letra H, mas trocando o traço estilizado da bandeira dos Estados Unidos por uma seta vermelha. A polêmica está na indicação da seta, que ficou apontado para a direita e o uso do vermelho sobre um H azul.
Críticos consideram a direção da seta um claro sinal de um governo mais conservador que seria realizado pela ex-senadora. Aliás, ela é a candidata mais alinhada com a indústria bélica norte-americana e com a defesa de ações militares no exterior. Foi quando Hillary esteve no comando do departamento de Estado que os norte-americanos capturaram e mataram Osama Bin Laden e mantiveram apoio a grupos rebeldes durante a Primavera Árabe. Com tantas polêmicas entre os democratas, a equipe optou por manter o avião em tons de azul, incluindo o logo da campanha, que foi aplicado em um fundo azul claro, com um H em branco e a seta em azul escuro.
O Boeing 737-800 utilizado por Hillary voou com as cores da Air Berlin de fevereiro de 2002, data de sua entrega, até agosto do mesmo ano. Depois, a empresa de baixo custo alemã arrendou a aeronave para a russa Oreanair, sendo utilizada por pouco mais de dois anos, especialmente em voos fretados. Em junho de 2005, após ficar seis meses estocado, o avião foi alugado para a holandesa Corendon Dutch Airlines, uma divisão da turca Corendon Airlines, especializada em voos fretados no período de férias na Europa. Em janeiro dete ano, foi vendido para a Xtra Airways, uma empresa de voos charters com sede em Coral Gables, na Flórida.
Em setembro, a comissão democrata fretou o avião, agora matriculado como N8881XA, para acompanhar a candidata Hillary Clinton em suas viagens pelos Estados Unidos. O interior do avião apenas foi remodelado, recebendo alguns assentos padrão de primeira classe, destinados a voos domésticos, e uma classe turística.
Do outro lado da disputa, o bilionário Donald Trump viaja pelo país em seu Boeing 757-200 privado. O avião foi adquirido pelo excêntrico empresário em 2011, com um custo estimado de US$ 100 milhões, considerado extremamente alto para um avião com 20 anos de uso, na época.
O avião se destaca no aeroporto por sua pintura em preto e branco, com faixas vermelhas e o nome Trump pintado em dourado. Se a pintura externa chama atenção pelo exagero, internamente o avião em nada deve para a Trump Tower e os demais empreendimentos de gosto pouco tradicional do empresário. Todos os detalhes são dourados, com poltronas em couro bege e muita madeira escura.
Apelidado pelo próprio bilionário de Trump Force One, o avião também está envolvido em polêmicas, característica de seu proprietário. O avião foi adquirido pela DJT Operations, uma divisão de aviação do grupo Trump, porém, opositores acusam o empresário de não manter a legalidade da operação, que teoricamente prevê o uso comercial do avião. A resposta é que o avião é utilizado pelas organizações Trump em viagens de negócio pelos Estados Unidos.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 18/10/2016, às 16h33 - Atualizado em 19/10/2016, às 11h58
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