Número de viagens no período de alta estação no hemisfério Norte foi o pior em mais de duas décadas
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 30/09/2020, às 17h00 - Atualizado às 17h41
Demanda nas viagens no verão do hemisfério Norte foi abaixo do esperado e deverá impactar no acumulado do ano
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês) reduziu suas estimativas para o tráfego de passageiros de 2020, com previsão da redução do movimento global encerrar o ano com queda de 66% em relação a 2019. O estudo anterior apontava uma redução de 63% até o final do ano, mas a procura abaixo das expectativas para a temporada de verão (hemisfério Norte) devem ajudar a consolidar um resultado pior.
De acordo com a associação, a demanda de passageiros em agosto continuou extremamente baixa em relação aos níveis de 2019, com queda de 75,3% nas medições de passageiro pagante-quilômetro (RPKs) em relação mesmo período do ano passado. Todavia, o número mostrou ligeira melhora quando comparado ao de julho, alta estação no hemisfério Norte, com 79,5% de redução em relação ao ano anterior.
Conforme previsto a retomada tem sido maior nos mercados domésticos, com uma capacidade assentos disponíveis por quilômetro, ou ASKs caindo 63,8% quando comparada ao ano passado, já a taxa de ocupação perdeu 27,2 pontos, atingindo 58,5% em agosto, o menor índice das últimas duas décadas.
"O desempenho desastroso do tráfego de passageiros em agosto fecha a pior temporada de verão do setor. A recuperação da demanda internacional é quase inexistente e os mercados domésticos na Austrália e no Japão regrediram devido aos novos surtos e restrições de viagens”, explicou Alexandre de Juniac, diretor geral e CEO da IATA.
O mercado internacional, ainda afetado pelas restrições de viagens entre países, teve uma piora após novas restrições governamentais devido aos novos surtos de covid-19 em vários mercados importantes.
A demanda de passageiros internacionais em agosto foi 88,3% menor na comparação com agosto de 2019, ainda que o resultado também apresente uma pequena recuperação em relação ao mês de julho, que teve declínio de 91,8% no comparativo.
A IATA afirma que as reservas para voos futuros no quarto trimestre mostram que a recuperação continuará instável desde a baixa iniciada em abril, com a previsão de queda de 68% em dezembro em relação ao mesmo período de 2019, ante a expectativa anterior do último mês do ano ter uma queda de 55%.
“Há alguns meses, pensávamos que uma queda de 63% na demanda do ano todo em relação a 2019 era o pior cenário. Com o encerramento deste lamentável período de viagens de verão, atualizamos as nossas estimativas e agora temos queda de 66% para o ano todo", completou de Juniac.