Cenário macroeconômico e quedas consequentes do consumo global diminuem procura por voos cargueiros
Por Wesley Lichmann Publicado em 10/03/2023, às 15h14
A procura global consolidada por voos cargueiros medida em toneladas de carga por quilômetro (CTK) registrou queda de 14,9% no mês de janeiro em relação ao mesmo período de 2022, segundo dados divulgados anteontem (8), pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês).
Nos voos cargueiros internacionais a demanda diminuiu 16,2% em relação ao mesmo mês do ano passado.
A oferta no segmento medida em toneladas de carga disponível por quilômetro (ACTK) subiu 3,9% frente um ano antes, sendo o primeiro aumento registrado desde o último mês de outubro.
O aumento na capacidade se deve a forte retomada das operações de aeronaves de passageiros e a consequente disponibilização dos porões da frota comercial, compensando a queda das operações com aeronaves dedicadas ao transporte de cargas.
De acordo com a IATA, vários fatores devem ser considerados no ambiente operacional, levando em conta o cenário macroêconimoco global. Entre os destaques negativos está a diminuição de 3% do comércio global de mercadorias em dezembro, a segunda queda mensal consecutiva.
Ainda segundo a associação, como fator positivo está o aumento nos pedidos de exportação, que aumentaram pela primeira vez desde outubro do ano passado, com destaque para o crescimento das exportações na China e Estados Unidos, indicando que a demanda por produtos manufaturados das duas maiores economias do mundo está se estabilizando.
"Com a queda de 14,9% da demanda de carga em janeiro e o aumento de 3,9% da capacidade, 2023 começou apresentando algumas condições comerciais desafiadoras, além das incertezas persistentes, incluindo a guerra na Ucrânia, inflação e escassez de mão de obra. Mas há espaço para otimismo cauteloso sobre a carga aérea. Os rendimentos permanecem maiores do que antes da pandemia. E a mudança rápida da China relaxando sua política de zero COVID está estabilizando as condições de produção no maior mercado de origem de carga aérea. Isso dará o impulso tão necessário na demanda enquanto as empresas aumentam sua conexão com a China", comenta Willie Walsh, diretor geral da IATA.