Subsidiária da Embraer fecha contrato para até 50 eVTOL à Revo

A Eve Air Mobility firma acordo com a Revo e Omni Helicopters para fornecimento de até 50 eVTOL a partir de 2027

Por Marcel Cardoso Publicado em 15/06/2025, às 07h16

Contrato com a Revo e a OHI marca a transição da Eve para a fase de execução comercial - Eve Air Mobility

A Eve Air Mobility, subsidiária da Embraer, anunciou hoje (15), a assinatura de um acordo vinculativo com a Revo, operadora brasileira de mobilidade aérea urbana, e sua controladora, a Omni Helicopters International, para a compra de até cinquenta aeronaves elétricas de pouso e decolagem vertical, os eVTOL.

O contrato inclui também um pacote completo de soluções para operação e suporte pós-venda, marcando a transição da Eve do desenvolvimento tecnológico para a execução comercial de seus produtos.

A primeira entrega das aeronaves está prevista para o quarto trimestre de 2027, com início das operações pela Revo em São Paulo, cidade que concentra mais de quatrocentos helicópteros registrados e cerca de 2.000 movimentos aéreos diários. A parceria prevê ainda o fornecimento da plataforma de serviços integrados da Eve, incluindo o portfólio TechCare, voltado à eficiência operacional e suporte ao cliente.

Segundo Johann Bordais, CEO da Eve, o acordo representa um avanço na consolidação da empresa como fornecedora global de soluções para mobilidade aérea urbana. “Ao avançarmos do conceito para a implementação, contribuímos para a construção de um ecossistema robusto e sustentável de UAM, estabelecendo um novo padrão global para os eVTOLs”, disse Bordais.

A Revo será a primeira operadora dos eVTOL da Eve e utilizará os novos modelos para substituir gradualmente sua frota de helicópteros convencionais em rotas estratégicas, como a que liga a Zona Sul da capital paulista ao aeroporto internacional de Guarulhos (GRU). Atualmente, o trajeto feito por via terrestre pode levar até três horas; com a mobilidade aérea, a duração é reduzida para cerca de dez minutos.

Essas aeronaves serão fundamentais para transformar nossa oferta de mobilidade, com uma solução segura, sustentável e escalável”, disse João Welsh, CEO da Revo.

Jeremy Akel, CEO global da OHI, afirmou que o contrato reforça a estratégia da empresa de diversificar suas operações na chamada economia de baixa altitude. A colaboração entre Eve, OHI e Revo já incluía acordos prévios de aquisição de aeronaves, soluções de serviços e testes de gerenciamento de tráfego aéreo com o software Vector, também desenvolvido pela Eve.

Estudo projeta receita de US$ 280 bilhões até 2045

Paralelamente ao contrato, a Eve lançou seu primeiro estudo de Perspectivas de Mercado Global dos eVTOL, com projeções para os próximos vinte anos. Segundo o relatório, a frota global pode alcançar 30.000 unidades até 2045, com capacidade de transportar três bilhões de passageiros no período e gerar receita estimada em US$ 280 bilhões (R$ 1,55 bilhão).

A análise considera dados de 1.800 cidades, 1.000 aeroportos e 27.000 helicópteros civis em operação. Entre os principais usos projetados para os eVTOL estão o transporte ponto a ponto, conexões com aeroportos, turismo, serviços médicos e voos corporativos.

O estudo destaca ainda os desafios para a consolidação da mobilidade aérea urbana, como segurança operacional, ambiente regulatório, gestão de tráfego aéreo, infraestrutura e avanços em tecnologia de baterias. A aceitação pública dependerá da capacidade do setor de equilibrar essas variáveis.

O relatório foi publicado às vésperas do Paris Air Show 2025, onde a Eve apresentará o mockup em escala real de seu eVTOL com design atualizado, incluindo novo layout de cabine e hélices de quatro pás.

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