Setor aeroespacial pressiona governo Trump contra novas tarifas

Quinze entidades do setor aeroespacial pediram ao governo dos EUA a isenção de tarifas sobre importações do Canadá e México

Por Gabriel Benevides Publicado em 13/03/2025, às 14h31

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Uma coalizão formada por 15 entidades do setor de aviação enviou uma carta aos secretários de Transporte e Comércio dos Estados Unidos, além do representante de Comércio, solicitando uma isenção para o setor aeroespacial nas tarifas recentemente impostas pelo governo Trump sobre importações do Canadá e do México.

Em 10 de fevereiro, Donald Trump anunciou tarifas de 25% sobre as importações de aço, alumínio e produtos derivados, impactando diversos países, incluindo o Brasil.

No documento, as entidades alertam que a cadeia de suprimentos da aviação envolve milhares de fornecedores globais que fornecem componentes altamente regulados e que não podem ser facilmente substituídos. Elas defendem que minimizar interrupções no fornecimento é essencial para manter a competitividade da indústria aeroespacial dos EUA.

A Associação das Indústrias Aeroespaciais (AIA, na sigla em inglês), que representa gigantes do setor como Boeing e General Dynamics, expressou preocupação com os possíveis impactos das tarifas sobre a trajetória de crescimento do setor aeroespacial e de defesa do país. A entidade ressaltou que a indústria é um dos principais motores das exportações norte-americanas e pediu um diálogo com o governo para proteger esse setor estratégico, essencial para a economia e a segurança nacional.

O presidente internacional da Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais (IAM), Brian Bryant, também defendeu a suspensão das tarifas sobre o Canadá. Ele destacou que muitos empregos nos EUA dependem das exportações aeroespaciais para o país vizinho e alertou que os novos encargos podem aumentar a complexidade e os custos de produção de aeronaves, agravando os desafios de uma cadeia de suprimentos já pressionada.

As manifestações refletem uma preocupação crescente no setor de aviação de que as tarifas possam elevar custos, provocar interrupções na cadeia de suprimentos e comprometer a competitividade e a capacidade de inovação da indústria aeroespacial dos EUA.

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