Resultados da Boeing em 2019 são os piores em 14 anos

Fabricante encerrou o ano com apenas 380 aeronaves entregues, ante 806 aviões em 2018

Por Gabriel Benevides Publicado em 17/01/2020, às 17h00 - Atualizado em 18/01/2020, às 01h14

Proibição dos voos do 737 MAX comprometeu desempenho da Boeing em 2019

Com a paralisação mundial do 737 MAX, em março de 2019, a Boeing sofreu uma redução de seus negócios no segmento de aviação comercial sem precedentes. Em comunicado a fabricante anunciou que entregou 380 aeronaves comerciais em 2019, um dos piores resultados em vários anos. Durante o ano de 2018 foram contabilizadas 806 aeronaves entregues, redução de 53% no volume de aeronaves.

O resultado de 2019 é superado apenas por 2005, quando a fabricante norte-americana totalizou 290 aviões entregues. No entanto, na ocasião a aviação comercial ainda sentia os efeitos dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, que reduziram drasticamente a procura por viagens aéreas e gerou a quebra de diversas grandes companhias aéreas ao redor do mundo.

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O ano de 2019 foi especialmente complicado para a Boeing, que teve a proibição dos voos com o 737 MAX e problemas de qualidade com o KC-46 Pegasus, o novo reabastecedor da força aérea dos Estados Unidos. Além disso, uma falha estrutural em um banco de provas do 777X comprometeu o desenvolvimento do programa, que se somou a falhas nos motores GE9X.

O ano passado assistiu o 787 Dreamliner se tornar o principal produto da Boeing, com um volume total de 158 unidades entregues, seguido da família 737 (NG e MAX) que somaram 127 entregues – parte dos MAX foram entregues antes da proibição dos voos em março –, enquanto o 777 acumulou 45 unidades, na frente do 767 com 43 aviões e o 747-8F com sete entregas. Ainda que com volume de entregas baixo, o 747-8F mantém um ritmo constante de pedidos, justificando por ora, sua manutenção no portfólio de aeronaves novas da Boeing.

Em 2020 a fabricante depende essencialmente da volta do 737 MAX para se recuperar, todavia, a retomada dos voos não tem data prevista para acontecer. Com a entrega de todos os 737 MAX produzidos, aliado ao retorno da produção do modelo, estimada para o final do primeiro semestre, a Boeing deverá encerrar 2020 com um recorde de entregas. Outro fator que pode colaborar com uma melhora no desempenho da Boeing é a incorporação da Embraer Aviação Comercial, prevista para conclusão em abril de 2020.

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