Pandemia reduziu em 99% a demanda e gerou perdas históricas de 185 milhões de euros
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 27/07/2020, às 14h00 - Atualizado às 14h55
Pandemia paralisou quase a totalidade das operação da Ryanair por várias semanas
A Ryanair a mais famosa empresa aérea de ultrabaixo custo da Europa registrou as primeiras perdas em toda sua história, com queda de 95% na receita e 99% menos passageiros transportados no segundo trimestre de 2020.
A comparação com o mesmo período do ano passado demonstra o forte impacto do processo de lockdown nas operações da companhia. No segundo trimestre de 2020 a companhia acumulou um prejuízo líquido de 185 milhões de euros, valor ligeiramente melhor que a projeção inicial que previa perdas de 232 milhões de euros.
Além da brutal redução no transporte de passageiros, o trimestre resultou a primeira perda líquida da Ryanair desde sua fundação, em 1984. A empresa se popularizou por seu modelo de tarifas baixas na modalidade sem serviços, apenas com o transporte entre origem e destino. Qualquer serviço adicional é cobrado a parte, desde a escolha do assento até uso dos bagageiros internos, despacho de malas, entre outros.
Com a pandemia a Ryanair praticamente paralisou toda sua operação, realizando apenas 1% do movimento usual e passageiros no primeiro trimestre de 2020, na comparação com 2019. Ainda assim, a empresa irlandesa acredita que até agosto terá retomado 60% das frequências, podendo atingir 70% em setembro. Além disso, até o final de julho serão liberados os reembolsos de clientes que não puderam viajar, o que deve atingir aproximadamente 90% dos passageiros.
Apenas para reembolsos de passagens que não puderam ser utilizadas desde o início da pandemia até meados de julho, a Ryanair deve reembolsar mais de 1 bilhão de euros, aos quase 25 milhões de passageiros impactados pelas restrições de viagens.
A Ryanair acredita que em breve retomará suas margens de lucro, especialmente pelo vazio deixado por empresas que não suportaram a paralização e suspenderam definitivamente suas operações.
Um dos temores da Ryanair e de todo o setor é uma segunda onda de contaminação, que poderia levar as autoridades determinarem um novo lockdown, com consequências imprevisíveis para a aviação.