Passagens aéreas podem ficar ainda mais caras por problemas no refino do petróleo e nas companhias aéreas
Marcel Cardoso Publicado em 22/09/2022, às 06h55
As passagens aéreas podem ficar ainda mais caras por conta da falta de capacidade de refino nos Estados Unidos e a situação financeira das companhias aéreas.
Em entrevista ao canal norte-americano Cnbc, ontem (21), Willie Walsh, Diretor Geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), fez o alerta, argumentando que a pandemia de covid-19 acentuou o declínio da capacidade de refino de petróleo, gerador do combustível de aviação, e que os preços dos combustíveis aumentaram, acompanhando a alta na demanda.
Walsh ainda afirmou que a alta nos preços das tarifas não está necessariamente ligada a uma alta nos lucros das companhias aéreas. “Não é que as companhias aéreas estejam ganhando dinheiro, estão apenas repassando um custo que não podem absorver sozinhas e que não podem evitar”, concluiu.
No Brasil, o nível dos preços do querosene de aviação (QAV) está ainda muito elevado, apesar da redução acumulada de cerca de 13% nos últimos dois meses. Em maio, o preço do QAV registrou aumento de 137,8%, em relação a 2019.
Outro fator que é motivo de preocupação é a nova escalada nos conflitos na Ucrânia, especialmente com o recente anúncio de uma nova mobilização militar que pode levar mais de 300 mil reservistas ao front de combate. Ontem (21), o Kremlin proibiu a venda de passagens aéreas para homens de 18 a 65 anos, a fim de evitar a fuga de pessoas aptas para a convocação aos pouquíssimos países que ainda permitem a entrada de russos sem visto, conforme AERO Magazine informou.
Também em entrevista ao canal Cnbc, Akbar Al Baker, CEO da Qatar Airways, disse que “a maior preocupação é a propagação do conflito, que vai alimentar a inflação, colocando mais pressão na cadeia de suprimentos. O resultado líquido será menos passageiros nos nossos aviões.”