Nigéria reteve mais de US$ 600 milhões da Emirates, forçando a interrupção das operações no país
Marcel Cardoso Publicado em 18/08/2022, às 10h24
A Emirates anunciou que irá suspender todos os voos de/para a Nigéria, a partir de 1.º de setembro, depois de várias tentativas mal sucedidas de recuperar parte dos mais de US$ 600 milhões (R$ 3,1 bilhões) em receitas de passagens aéreas retidos pelo Banco Central do país, ao longo das últimas semanas.
Em comunicado, a companhia justificou a decisão “para limitar mais perdas e impacto em nossos custos operacionais que continuam a se acumular no mercado”. Em julho, a oferta de voos de Dubai (DXB) para Lagos (LOS) e Abuja (ABV), capital nigeriana, já havia sido reduzida por este motivo.
Foram realizadas várias reuniões com autoridades locais, inclusive com a participação de representantes da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), para tentar contornar a situação. “A Emirates tentou todos os meios para enfrentar nossos desafios contínuos na repatriação de fundos da Nigéria, e fizemos esforços consideráveis para iniciar o diálogo com as autoridades relevantes para sua intervenção urgente para ajudar a encontrar uma solução viável”, finaliza o comunicado.
A Nigéria é governada por Muhammadu Buhari, que foi reeleito em 2019 em um processo eleitoral marcado por acusações de fraudes. Em 1983, Buhari foi um dos líderes de um golpe de Estado contra o então presidente, Shehu Shagari, mas acabou deposto dois anos depois. Em 2015, ele retornou ao poder.
Com a suspensão das operações da companhia no país africano, os passageiros que precisarem viajar para DXB terão que fazer conexão em Gana, através de Accra (ACC), ou na Costa do Marfim, através de Abidjan (ABJ).