Novo museu aeroespacial em São Paulo deve atrair 1 milhão de visitantes e gerar até R$ 600 milhões por ano

Novo museu em São Paulo reunirá peças raras da aviação brasileira e mundial, com potencial de atrair até 1 milhão de visitantes por ano

Por Marcos Amaro Publicado em 13/08/2025, às 07h55

- Edmundo Ubiratan

O Museu Aeroespacial Paulista (MAPA), que será instalado no Campo de Marte, em São Paulo, reunirá um acervo de cerca de 100 aeronaves raras, preservando a história da aviação e atraindo público estimado em 1 milhão de pessoas por ano e poderá gerar até R$ 600 milhões por ano em movimentação econômica.

O MAPA nasce de uma parceria histórica entre a Força Aérea Brasileira — por meio do desejo, da visão e do comprometimento do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno — e a sociedade civil organizada.

Com apoio da Associação dos Amigos do Museu Aeroespacial Paulista (AMAPA), o MAPA tem como propósito preservar a memória da aviação brasileira e torná-la acessível às gerações presentes e futuras.

O Vought F4U Corsair é um dos mais importantes aviões do acervo do futuro Museu Aeroespacial Paulista

O acervo inicial do MAPA contará com cerca de 100 aeronaves históricas, fruto da cessão de 40 aeronaves emblemáticas do Museu Asas de Um Sonho (MAS) — entre elas, raríssimas peças como o Supermarine Spitfire, o F-4 Corsair e o Messerschmitt Bf 109. Soma-se a esse conjunto o P-47 Thunderbolt, pertencente à Força Aérea Brasileira, que representa com destaque a participação da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial.

Além disso, o MAPA contará com a doação de outras 60 aeronaves feita pelo MUSAL (Museu da Aeronáutica) no Rio de Janeiro.

O complexo ocupará uma área de mais de 80.000 m² no Campo de Marte, em São Paulo, onde hoje funciona o Parque de Material Aeronáutico de São Paulo (PAMA-SP). Essa área será destinada à implantação e operação do novo museu, que já está em fase inicial de montagem e recebimento das aeronaves.

Para além do seu valor histórico, o MAPA nasce com uma visão ousada: tornar-se um dos principais museus de aviação do mundo. Sua missão é clara e inspiradora — preservar a memória da aviação para motivar cada pessoa a transformar suas dificuldades em superações. Ao resgatar os feitos da engenharia, da coragem humana e da aviação brasileira, o museu será um espaço de memória, educação e inspiração para as futuras gerações.

O Supermarine Spitfire foi o único caça aliado que operou durante todo o conflito e ajudou a defender Londres dos ataques alemães

Nesta primeira fase, estamos mobilizando cerca de R$ 50 milhões para viabilizar a abertura ao público. O projeto total está orçado em aproximadamente R$ 300 milhões, a serem investidos de forma gradual, respeitando a complexidade técnica e histórica envolvida.

O impacto previsto do MAPA transcende o campo da cultura e da memória: estima-se que o museu possa receber até 1 milhão de visitantes por ano. Considerando a média de impacto econômico por visitante entre R$ 300 e R$ 600, isso representa um potencial de R$ 300 a R$ 600 milhões/ano em movimentação para a cidade de São Paulo, especialmente na região no entorno do Campo de Marte.

Além de ícones como o Lockheed Constellation e o lendário Fokker 100, símbolo do sucesso da companhia TAM nos anos 1990 — então considerada a melhor companhia aérea regional do mundo — o MAPA valorizará o ecletismo do acervo e agradece a todos os que contribuíram para preservar esse patrimônio, reconhecendo o empenho de stakeholders, doadores, voluntários e entusiastas que participaram ativamente da manutenção desse acervo até os dias de hoje.

O Republic P-47 Thunderbolt foi empregado pela Força Aérea Brasileira em combates na Itália, quando era o maior, mais caro e mais pesado caça equipado com motor radial

 

O MAPA é uma missão que une civis e militares em torno de um ideal comum: preservar a história da aviação e torná-la acessível e inspiradora. Um projeto com valor educativo e cultural, que busca despertar em jovens de todo o país — especialmente em realidades desiguais — o desejo de conhecer, sonhar e voar mais alto.

*Marcos Amaro é empresário e presidente da Associação do Museu Aeroespacial Paulista (AMAPA)