Justiça dos EUA bloqueia fusão da jetBlue e Spirit Airlines

Justiça dos Estados Unidos bloqueou proposta de aquisição de US$ 3,8 bilhões da jetBlue pela Spirit Airlines

Por Wesley Lichmann Publicado em 16/01/2024, às 16h30

Fusão formaria a quinta maior aérea dos EUA - Divulgação

Um tribunal federal de Boston, Estados Unidos, bloqueou hoje (16), a proposta de fusão da jetBlue e Spirit Airlines, pondo fim ao acordo avaliado em US$ 3,8 bilhões. 

O juiz William G. Young aceitou os argumentos do governo norte-americano que contestava a aquisição da compahia aérea de ultrabaixo custo (ULCC, na sigla em inglês) Spirit Airlines pela jetBlue Airways.

A administração Biden diz que a fusão levaria a um significativo aumento das passagens aéreas. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ), estima que os passageiros pagariam cerca de US$ 2 bilhões a mais em um provável aumento anual das tarifas.

A decisão diz que as companhias aéreas não conseguiram demonstrar que poderiam evitar eventuais danos aos consumidores, mesmo que outras empresas absorvessem a atual demanda deixada nos segmentos que atuam.

Uma análise apresentada no tribunal mostrou que uma outra ULCC demoraria mais de quinze anos para substituir a Spirit Airlines. A Allegiant, outra transportadora de ultrabaixo custo, por exemplo, teria que crescer 412% para suprir o espaço deixado pela congênere.

Uma oferta hostil da jetBlue foi apresentada à Spirit Airlines em março de 2022, cobrindo uma proposta inicial da Frontier. A empresa resultante formaria a quinta maior dos EUA, passando a Alaska Airlines, protagonista da última fusão do setor, quando comprou a Virgin America por US$ 4 bilhões há oito anos atrás.

Após anos de consolidação, as companhias aéreas argumentavam que juntas poderiam concorrer com as 'Big Four', as quatro maiores do setor. American Airlines, Delta, United e Southwest controlam cerca de 80% do mercado aéreo do país.

Com a não concretização do negócio a jetBlue terá que pagar uma taxa de US$ 400 milhões aos acionistas da Spirit, além de outros US$ 70 milhões destinados ao caixa da aérea com sede em Miramar, na Flórida.

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