Indústria aérea renegocia contratos, em meio a forte demanda por voos

Indústria aérea enfrenta desafios de produção, à medida que a procura global por voos aumenta

Por Wesley Lichmann Publicado em 16/11/2023, às 18h45

Produção do 787 Dreamliner será estabilizada em cinco unidades por mês - Boeing

A assinatura de um novo contrato entre a Boeing e a Spirit AeroSystems em outubro passado, foi o primeiro de uma série de renegociações discutidas na indústria aérea.

Pressões inflacionárias, escassez na cadeia de suprimentos, problemas logísticos, tensões geopolíticas e acordos trabalhistas são desafios comerciais lançados ao setor, em meio a crescente demanda global por viagens aéreas.

A procura por voos tem estimulado a compra de aviões por parte das companhias aéreas e empresas de arrendamento. Embora tenham anunciado planos para aumentar a produção, Airbus e Boeing enfretam dificuldades em seus principais programas comerciais.

Uma contaminação no pó metálico utilizado na produção de peças do motor Pratt & Whitney, deixará centenas de A320neo no chão nos próximos anos, enquanto um defeito na antepara do 737 MAX afeta o volume de entregas da norte-americana. 

Novos termos também estão sendo negociados para o fornecimento de estruturas para o A350 e 787 Dreamliner. Diante deste cenário, as aéreas estão estendendo contratos, comprando peças e motores sobressalentes de aviões da geração anterior. 

Os resultados do terceiro trimestre da General Eletric e Safran, empresas que controlam a CFM International, foram impulsionados pela robusta procura por reparos e fornecimento de motores CFM56, utilizados nos aviões da família A320ceo e 737NG. Ambas disseram que estão comprometidas com o aumento da produção, mas ressaltaram que ainda operam em um ambiente de abastecimento restrito.

Uma das maiores empresas de arrendamento de aeronaves, a Air Lease, acredita que as duas maiores fabricantes de aeronaves não devem alcançar as metas de entregas estabelecidas para o ano inteiro de 2023.

A Airbus estima que 720 aeronaves serão entregues, enquanto a Boeing revisou para baixo sua previsão, e espera entregar agora até 480 novos jatos no acumulado dos doze meses deste ano.

As restrições também atingem as fabricantes de aviões executivos, como a Textron. A dona das marcas Cessna e Beechcraft, espera que os atrasos no fornecimento diminuam no próximo ano, e prevê um aumento no número das entregas.

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