IATA define novas prioridades para serviços em solo

Equipamentos com sensores e dados compartilhados são apostas da IATA para reduzir incidentes em rampas

Por Gabriel Benevides Publicado em 14/05/2025, às 13h33

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A Associação do Transporte Aéreo Internacional, a IATA, apresentou quatro prioridades estratégicas para os serviços de apoio em solo, durante uma conferência iniciada na última quarta-feira (14) em Nairóbi, no Quênia.

As frentes de ação incluem segurança operacional, padronização de processos, melhorias no manuseio de bagagens e construção de um setor mais sustentável e inclusivo. A segurança operacional foi destacada como prioridade principal, com foco em três áreas de aprimoramento.

A primeira delas é o uso de dados para a prevenção de acidentes. As mudanças envolvem a delimitação mais precisa de áreas restritas, novas exigências para verificação de freios, melhoria nos procedimentos de pushback e protocolos específicos para aeronaves com APUs inoperantes ou freios superaquecidos.

Foram atualizados também os requisitos de prevenção contra incêndios, o posicionamento de calços e o uso de sensores. A IATA reforça a importância da contribuição de mais empresas com dados sobre incidentes de segurança para fortalecer a base de informações do setor.

A transição para equipamentos de apoio em solo com sensores de proximidade, os chamados GSE aprimorados, é outra medida considerada essencial. Para estimular essa adoção, a IATA lançou em 2024 o programa Enhanced GSE Recognition. Até agora, foram registradas 98 frotas e 28 estações. Desde o fim de abril, a declaração de uso desses equipamentos é obrigatória em todas as localidades com certificação Isago.

A terceira frente de segurança é a padronização na troca de dados de peso e balanceamento. Para isso, a IATA criou o padrão X565, já adotado por empresas como o Grupo Lufthansa e a Flydubai, com apoio de fabricantes como Boeing e Airbus.

Durante a conferência, a IATA também reforçou a importância da padronização global para garantir a eficiência nas operações em solo. Ferramentas como o programa de auditoria Isago e o manual IGOM foram apontadas como essenciais.

Já o manual IGOM agora é acessado por meio do Portal Operacional (OPS), que substitui o antigo portal IGOM. A nova plataforma já é usada por 221 companhias aéreas e 259 prestadores de serviços em solo, e passou a incluir também módulos voltados para segurança, treinamento e movimentação de cargas. Atualmente, o portal conta com mais de 240 empresas aéreas, 322 prestadores e 312 análises publicadas, o que amplia seu valor como ferramenta de benchmarking e análise de conformidade.

A entidade também abordou os esforços de modernização da movimentação de bagagens, seguindo um plano global de dez anos. A proposta é integrar tecnologias como rastreamento digital ponta a ponta, automação e ferramentas de prevenção a fraudes. A estratégia inclui suporte à implementação da Resolução 753, além de atualizações em padrões operacionais para garantir maior precisão e fluidez na experiência do passageiro.

Por fim, a construção de um setor mais sustentável e inclusivo foi apresentada como uma das diretrizes centrais para o futuro das operações em solo. A IATA ressaltou que a eletrificação dos equipamentos GSE pode reduzir em até 48% as emissões por ciclo de atendimento de aeronaves.

Para apoiar essa transição, a associação publicou diretrizes que cobrem planejamento operacional, gerenciamento de baterias, infraestrutura e segurança, além de fornecer modelos econômicos para análise de viabilidade.

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