Resultado mostra que falta de porões de carga dos aviões de passageiros comprometeu a capacidade global
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 11/01/2021, às 11h00 - Atualizado às 19h51
Paralisação da frota de aviões de passageiros comprometeu a disponibilidade de capacidade de transporte cargueiro
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês) divulgou os resultados dos mercados globais de transporte aéreo de carga de novembro de 2020, que obteve ligeira melhora em relação ao mês anterior.
O balanço que foi divulgado apenas em janeiro de 2021, demostrou que os volumes de carga melhoraram em relação a outubro, mas permanecem abaixo dos níveis do mesmo período de 2019. A capacidade continua limitada após à perda de capacidade de transporte em aeronaves de passageiros que permanecem paradas.
O balanço acontece em um momento que a Amazon amplia sua frota de aeronaves cargueiras, visando atender a expansão do comércio eletrônico e evitar justamente a perda de capacidade de transporte nos porões de aviões de passageiros.
A demanda global, medida em toneladas de carga por quilômetro (CTKs), caiu 6,6% em novembro de 2020 em relação ao mesmo período de 2019 (-7,7% nas operações internacionais). Segundo a IATA, o resultado está no mesmo nível que a queda de 6,2 % registrada em outubro. Vale destacar que o declínio ano a ano de novembro está distorcido, visto que, em novembro de 2019, houve aumento na demanda após abrandamento da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.
Já a demanda com ajuste sazonal (SA CTK) subiu novamente, com aumento de 1,6% no comparativo mensal em novembro, resultado um pouco melhor em relação à taxa de crescimento de 1,1% registrada em outubro. A IATA indica que os dados apontam que o índice retornará aos níveis de 2019 em meados março ou abril de 2021.
Um dos impactos mais visíveis da paralisação dos voos comerciais de passageiros foi a redução de 20% na capacidade global em novembro de 2020, com queda de 21,3% nas operações internacionais. A medida em toneladas de carga disponível por quilômetro (ACTK), diminuiu quase três vezes mais do que a queda da demanda. A crise de capacidade é resultado da redução de 53% na capacidade de transporte de carga em aeronaves de passageiros que permanecem paradas. Porém, foi compensada parcialmente por um aumento de 20% na capacidade em aeronaves de carga.
"A demanda de carga aérea caiu 6,6% em relação ao ano anterior, mas observamos melhorias contínuas mês a mês. As graves restrições de capacidade persistem, pois, grande parte da frota de aeronaves de passageiros continua parada. Isso exercerá pressão sobre o setor, que se prepara para a entrega das vacinas da covid-19 que são fundamentais", disse Alexandre de Juniac, diretor-geral e CEO da IATA.
Um dos destaques no balanço da IATA está o crescimento das vendas no varejo, que aumentaram cerca de 5% em novembro do ano passado, em relação em 2019, nos Estados Unidos e na China.