Gol espera receber quinze novos 737 MAX 8 durante o ano, 26% da frota atual da companhia é formada pelo jato da Boeing
Por Wesley Lichmann Publicado em 10/03/2023, às 12h05
A Gol Linhas Aéreas espera receber quinze novos Boeing 737 MAX durante o ano de 2023, totalizando 53 aeronaves do modelo, de acordo com informações financeiras divulgadas anteontem (8), referentes ao quarto trimestre de 2022.
O processo de renovação da frota da Gol previa seis aeronaves a mais do que as recebidas no ano passado, um total de 44. O planejamento da companhia para este ano considera o atraso nas entregas de até três MAX.
Com menos jatos, a empresa cortou em cinco pontos percentuais a taxa de crescimento da capacidade em relação ao planejamento anterior de 2023, para entre 15% e 20% na comparação ano a ano.
"Temos adotado uma abordagem cuidadosa e planejada para aumentar a capacidade e retomar as rotas nos mercados domésticos e internacionais. Queremos garantir que a demanda realmente exista, além de buscar otimizar a utilização de aeronaves e reduzir o custo unitário, excluindo combustível. Temos a flexibilidade necessária para retornar a outros mercados corporativos em 2023, se e quando a demanda estiver presente, por meio da combinação de uma frota eficiente com a alta produtividade", comenta Celso Ferrer, CEO da Gol Linhas Aéreas.
O 737 MAX representava até dezembro, 26% da frota da Gol, os jatos são utilizados nas rotas tronco e de maior distância no mercado doméstico e nas principais ligações internacionais, incluindo os voos para Miami e Orlando.
No quarto trimestre do ano passado, a utilização média da frota atingiu 11,6 horas por dia, um aumento de 1% na comparação anual. A Gol planeja operar entre 118 a 122 aeronaves em sua malha este ano.
Com as novas aeronaves a Gol espera reduzir continuamente o seu custo unitário excluindo combustível, à medida que retoma toda a sua oferta nos próximos trimestres. No quarto trimestre de 2022 a capacidade medida em assentos-quilômetros oferecidos (ASK) chegou a 86% do nível registrado no mesmo período de 2019, ano pré-crise sanitária.
Diferentemente das concorrentes, Azul e Latam, a empresa ainda opera com níveis de oferta abaixo dos patamares de 2019, mesmo com capacidade inferior a Gol reduziu seus custos únitários para o mesmo valor obtido três anos antes, para 19,09 centavos de reais.
Dando continuidade a renovação e manutenção de sua frota, a Gol evitou os riscos de inadimplência junto aos arrendadores de aeronaves por meio de uma série de transações financeiras que garantiram cerca de 1,6 bilhão de doláres.
O valor melhora o fluxo de caixa da empresa e auxilia no gerenciamento de passivos e refinanciamentos, o que inclue os contratos do 737 MAX. A empresa também concluiu o transação acionária prevista no acordo com a holding Abra, criada em conjunto com o grupo Avianca.
A Gol acumula pedido para um total de 135 aeronaves da família 737 MAX, que devem ser entregues até 2028. A empresa é uma das maiores operadoras globais do 737.