Gol e Anac pretendem avaliar alterações no sistema do avião e certificar a operação do modelo
Por Gabriel Benevides Publicado em 23/11/2020, às 17h00 - Atualizado em 24/11/2020, às 17h55
737 MAX ficou 20 meses proibido de voar e seu retorno representa um desafio sem precedentes para a Boeing
Com grande expectativa sobre o retorno do Boeing 737 MAX no Brasil, a Gol e Anac farão amanhã (24) o primeiro voo para verificar as novas atualizações implementadas no modelo. O ensaio deverá permitir validar se as alterações inseridas no extenso programa de revisão do projeto do avião atendem aos requisitos exigidos pela agência brasileira.
Originalmente a Gol tinha planos de realizar o voo no dia 28 de novembro, com o PR-XMA, seguido do PR-XMB, respectivamente o primeiro e segundo 737 MAX 8 recebidos pela companhia. Os outros dois aviões, XMC e XMD voariam em meados de dezembro.
Com apenas sete aeronaves em sua frota, a Gol é a única companhia do Brasil a operar MAX, que deveria ao longo dos últimos meses ter substituído grande parte dos 737 Next Generation em serviço. A companhia iniciou o treinamento em simulador como parte do processo do retorno, além de verificar junto a Anac os novos procedimentos de aeronavegabilidade emitidos pela Boeing e FAA, a agência de aviação civil dos Estados Unidos.
Com o retorno operacional esperado apenas para 2021, resta a Boeing, entres reguladores e as companhias aéreas realizarem um amplo trabalho para validar todas as mudanças realizadas e especialmente como os passageiros vão lidar com o retorno do avião que foi proibido de voar por longos vinte meses.
O retorno do 737 MAX é fundamental para os planos da Gol que estava utilizando o modelo em suas linhas internacionais para os Estados Unidos, obtendo considerável sucesso nas rotas. Todavia, ainda que pandemia e o fechamento de fronteiras tenha atrasado o processo de recertificação da família MAX, se tornou um alívio nas pressões pela malha internacional da Gol no curto prazo.
Resta saber se a companhia retornará, no momento adequado, as ligações internacionais pré-proibição de voos do 737 MAX ou se apostará no uso destas aeronaves no mercado doméstico para avaliar um eventual nível de rejeição por parte dos passageiros.