David Neeleman vendeu maioria de suas ações preferenciais como forma de obter liquidez imediata
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 14/04/2020, às 16h00 - Atualizado às 16h52
Paralisação do setor aéreo comprometeu liquidez de Neeleman que recentemente investiu em uma nova empresa aérea nos Estados Unidos
O empresário David Neeleman, fundador e controlador da Azul, vendeu parte de suas ações preferenciais (sem direito a voto e com prioridade na distribuição de dividendos), passando a deter apenas 0,6% dos papéis. O executivo reduziu sua participação de 11.432.352 de ações preferenciais, o equivalente a 3,34%, para 2.116.004 ações.
A venda das ações ocorreu em um momento de forte retração do mercado de aviação civil em todo o mundo, pelo impacto ocasionado pela pandemia de COVID-19. O empresário havia feito um empréstimo pessoal de US$ 30 milhões, usando como garantia parte de suas ações na Azul. Por decisão pessoal Neeleman optou por se desfazer de 9.316.348 de papéis preferenciais, mantendo a saúde financeira sem comprometer sua participação nas decisões da companhia.
Todavia, não houve alteração em relação as ações ordinárias (com direito a foto em assembleia), que manteve a posição de 622.406.638 ações, equivalente a 67,0%.
Segundo a imprensa especializada em economia, os bancos teriam cobrado o empréstimo antecipadamente, com receio de perder dinheiro com a queda no valor das ações da Azul. O empresário teria optado por vender seus papéis como forma de obter fluxo de caixa, em um momento que outros dois investimentos que possui na aviação, a portuguesa TAP e a recém constituída Breeze, ainda não possuem liquidez.