Radares de defesa de fabricação espanhola farão vigilância aérea de caráter duplo, civil e militar
Por Marcel Cardoso Publicado em 10/10/2024, às 07h56
Um contrato assinado com o Ministério da Defesa da Polônia permitirá o fornecimento de até quinze novos sistemas transportáveis de radares terrestres de fabricação espanhola que serão instalados no tráfego aéreo das bases da Força Aérea do país.
O acordo foi firmado entre a empresa Indra e a a Agência Estatal de Armamento da Polônia e prevê a entrega de oito sistemas até 2028, com a possibilidade de adição de outros sete até 2031. Eles possuem tecnologia para determinar a posição e trajetória das aeronaves em 3D, mesmo em condições de operação adversas. O sistema também integra a funcionalidade de Identificação Amigo-Inimigo (IFF), facilitando a distinção entre aeronaves aliadas e outras em meio ao tráfego aéreo.
A tecnologia de estado sólido (SSD) dos radares utiliza componentes eletrônicos que melhoram a eficiência na transmissão e recepção. O sistema opera com processamento de sinais totalmente digital, o que garante o funcionamento mesmo em ambientes com interferências causadas por orografia, condições climáticas, contramedidas e reflexos gerados por turbinas eólicas.
O radar também inclui um canal meteorológico, que permite o desvio de aeronaves em caso de tempestades. O design redundante garante alta disponibilidade operacional, permitindo funcionamento contínuo com monitoramento remoto 24 horas por dia, sete dias por semana.
O contrato ocorre em um momento em que países do norte da Europa estão reforçando seus sistemas de defesa com tecnologias mais avançadas. As bases aéreas, nesse cenário, são consideradas ativos estratégicos para a defesa territorial.
Os sistemas oferecem suporte à aproximação, aterrissagem e decolagem de aeronaves, além de assegurar a gestão eficiente das operações aéreas e a capacidade de resposta a ameaças. Eles incluem torres e antenas transportáveis, permitindo sua instalação em diferentes locais, o que amplia a flexibilidade operacional, além de serem interoperáveis com outras forças aéreas aliadas, o que facilita a coordenação de operações multinacionais.
Os dados coletados pelos radares também poderão ser integrados com os sistemas civis de controle de tráfego aéreo, em conformidade com as normas da OTAN, contribuindo para a segurança do espaço aéreo da Polônia.