Voo de formação de longa distancia foi realizado pelos A350 para validar estudos sobre poluição
Marcel Cardoso Publicado em 09/11/2021, às 18h05 - Atualizado às 18h40
Mais de seis toneladas de carbono deixaram de ser emitidas, segundo fabricante - Foto: S. Ramadier.
A Airbus realizou hoje (9) a primeira demonstração de um voo em formação de longa distância, sob regras do tráfego aéreo internacional e regulado pelo espaço aéreo transatlântico. Dois A350 voaram por três quilômetros entre Toulouse (TLS), na França, e Montreal (YUL), no Canadá.
Segundo o fabricante, graças ao sistemas de controle de voo desenvolvidos para essa viagem foi possível posicionar a aeronave que voava atrás em ponto ideal, permitindo reduzir a potência do motor e assim o consumo de combustível. O princípio utilizado foi similar ao adotado por grandes aves migratórias, como os gansos, que voam juntos em uma formação distinta em forma de V.
Foram evitadas a emissão de mais de seis toneladas de CO₂ na viagem. Ainda que a viagem tenha sid oexperimental, os dados poderão permitir no curto prazo um gerenciamento de tráfego melhor, posicionando as aeronaves de forma ideal dentro das aerovias.
Pilotos das europeias SAS Scandinavian Airlines e Frenchbee participaram como observadores. O próximo passo é obter o apoio das autoridades para que este novo conceito operacional possa ser certificado e, finalmente, permitir que as companhias aéreas reduzam o uso de combustível e de emissões de carbono.
“Este voo de demonstração é um exemplo concreto de nosso compromisso em tornar nosso roteiro de descarbonização uma realidade. Também fala de como a colaboração em toda a indústria será a chave para que isso aconteça", explicou Sabine Klauke, diretora técnica da Airbus.
Com a evolução da tecnologia embarcada nas novas aeronaves e mudanças no processo de gerenciamento do tráfego aéreo, será possível adotar o perfil de voo ideal nos próximos anos. A intenção é explorar, inicialmente, rotas transoceânicas.
“A oportunidade de implantar isso para aeronaves de passageiros em meados desta década é muito promissora”, afirmou Kaluke.