Demissão em massa de pilotos da companhia aérea Akasa Air está sendo analisada legalmente em tribunal na Índia
Por Wesley Lichmann Publicado em 22/09/2023, às 10h35
A companhia aérea de baixo custo indiana Akasa Air foi obrigada a cortar voos, em meio a uma crise de demissão em massa de seus pilotos, que estão deixando seus postos de forma abrupta sem cumprir o aviso prévio em contrato.
O êxodo abrupto de aproximadamente 40 pilotos nos últimos dois meses, levou a interrupção de cerca de 20% dos 3.500 voos mensais da Akasa Air. A companhia questionou a não intervenção dos reguladores e entrou com um processo legal em um tribunal de Delhi.
A Akasa diz que a Direção-Geral da Aviação Civil da Índia, (DGCA, na sigla em inglês), órgão que regula a aviação comercial no país, ao não intervir, poderia levar ao encerramento das operações da empresa fundada em dezembro de 2021.
De acordo com os regulamentos da DGCA, o período de aviso prévio varia de 6 a 12 meses, dependendo da categoria do piloto.
Em audiência, representantes da transportadora afirmaram que 600 voos foram cancelados em agosto e que mais 700 deixariam de ser realizados em setembro se novas demissões fossem registradas.
A transportadora com sede em Mumbai, possui uma frota composta por 20 Boeing 737 MAX 8. Desde o lançamento de seus voos no ano passado mais de 4 milhões de passageiros foram transportados.
As dificuldades operacionais da Akasa ocorrem em meio a a disputa de mercado com a Air India e Indigo, que polarizam o setor. Ambas tem planos ambiciosos para os próximos anos com encomendas recordes fechadas nos últimos meses com Airbus e Boeing.
A Indigo se tornou líder em pouco mais de uma década, e detém 55% de participação das viagens aéreas domésticas, seguida pela Spicejet, enquanto a outrora gigante Air India detém apenas 9,7%, ocupando a terceira posição.
Já a Akasa viu sua partipação cair de 5,2% para 4,2%, de acordo com dados do governo referentes ao mês de agosto. A malha da empresa possui serviços para 16 destinos domésticos.
Com a chegada de seu vigésimo avião, a companhia recebeu autorizou para oferecer voos internacionais. Os regulamentos indianos exigem que as empresas tenham ao menos uma frota de 20 aeronaves para se qualificar para operações internacionais.