Companhia é multada em R$ 560 milhões por vender passagens para voos cancelados

A Qantas foi condenada por um tribunal australiano a pagar US$ 100 milhões por vender passagens para voos já cancelados

Por Marcel Cardoso Publicado em 10/10/2024, às 08h30

A companhia aérea já havia admiitido a venda abusiva destas passagens e não irá recorrer da decisão - Divulgação

Um tribunal da Austrália determinou, na última terça-feira (8), que a Qantas pague uma multa equivalente a R$ 560 milhões por continuar vendendo passagens para voos já cancelados, conhecidos como "voos fantasmas", sem informar os compradores.

A companhia aérea reconheceu que aplicou a prática entre maio de 2022 e maio de 2024, tanto em rotas domésticas quanto internacionais. Em média, os bilhetes desses voos estavam disponíveis para compra por onze dias após o cancelamento, com alguns casos se estendendo até 62 dias. Mais de 86.000 passageiros foram prejudicados.

"Uma empresa grande e bem equipada como a Qantas deveria ter programas operacionais e de conformidade robustos que teriam impedido que esses problemas surgissem", disse Gina Cass-Gottlieb, presidente da Comissão Australiana de Concorrência e Consumidores (ACCC).

Além da multa, a Qantas também será obrigada a reembolsar cerca de US$ 20 milhões (R$ 111,9 milhões) a passageiros que fizeram reservas em, ou foram remarcados para, voos que já haviam sido cancelados. Quem reservou voos domésticos terá direito a receber US$ 225 (R$ 1.253) cada, enquanto os passageiros de voos internacionais receberão US$ 450 (R$ 2.518).

Há pouco mais de um ano, em uma entrevista a uma emissora de rádio, Cass-Gottlieb havia defendido que a companhia aérea tenha tido uma penalidade recorde, de pouco mais de R$ 1 bilhão, para evitar que outras empresas sigam o exemplo adotado pela maior aérea da Oceania.

Qantas multa reembolso Qantas ACCC e Qantas voos fantasmas penalidade Qantas Qantas Austrália Tribunal Federal da Austrália voos cancelados Qantas

Leia também

Fraude em programa de fidelidade afetou mais de 800 passageiros
Passagens de primeira classe foram vendidas com 85% de desconto