Justiça de Boston, nos EUA, inicia julgamento da joint venture da American Airlines com a JetBlue
Marcel Cardoso Publicado em 27/09/2022, às 07h30
Um tribunal de Boston, nos Estados Unidos, começa a julgar hoje (27) a aliança entre a American Airlines e a JetBlue voltada para a costa leste do país, anunciada em 2020.
A ação antitruste contra a chamada ‘Northeast Alliance’ (Aliança do Nordeste) havia sido arquivada no governo de Donald Trump, período no qual ela foi anunciada, mas reaberta em 2021, já no governo de Joe Biden, que havia prometido escrutínio no setor aéreo, especialmente em relação às fusões, em sua campanha para a Casa Branca.
As companhias defendem que a joint venture gera mais opções de passageiros, criando um terceiro concorrente para a United Airlines e a Delta Air Lines na região que abrange Nova York e Boston. A United tem um centro de operações (hub) em Newark (EWR), e a Delta tem hubs em Nova York (JFK) e Boston (BOS), assim como a American e a JetBlue.
Do outro lado, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) alega que a parceria entre as duas empresas teria criado uma ‘fusão de fato’ nos mercados de Nova York e Boston, prejudicando a livre concorrência e, por fim, os passageiros. Uma das consequências foi a redução dos incentivos para que ambas competissem nos mercados das duas regiões, fazendo com que as tarifas ficassem mais caras.
Como AERO Magazine informou, pelo menos sete Estados ratificaram o processo, incluindo Flórida e Califórnia. Analistas apontam que se a Justiça considerar a joint venture ilegal, a American Airlines sairá perdendo mais que a JetBlue, já que esta ganhará uma posição mais forte na região se sua fusão com a Spirit, anunciada em julho, for aprovada pelos reguladores.
O julgamento deverá durar até três semanas.