Brasil tem ao menos um caso de passageiro indisciplinado por dia

Levantamento da Abear mostra que o Brasil teve ao menos um caso de passageiro indisciplinado por dia nos últimos 4 anos

Por Marcel Cardoso Publicado em 10/02/2023, às 13h23

Somente em 2022, foram mais de 580 ocorrências, segundo dados das companhias aéreas - Reprodução/Redes Sociais

Um levantamento da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) revelou que as companhias aéreas registraram mais de um caso por dia de passageiros indisciplinados de 2019 a 2022. 

Somente no ano passado, foram 585 ocorrências, um recorde em quatro anos. 42% deles ocorreram em solo, 32% em solo na aeronave e 26% durante o voo. 

Esses dados trazem à tona um problema que tem preocupado empresas aéreas, autoridades aeronáuticas e aeroportos em todo o mundo, pois os casos vêm crescendo assustadoramente e geram impactos negativos em toda a cadeia do transporte aéreo. Quando há um caso de passageiro indisciplinado, além do prejuízo aos passageiros daquele voo, há o efeito em toda a malha aérea, com atraso dos voos seguintes, impacto no tráfego aéreo e no gerenciamento de tripulação (pilotos e comissários)”, afirma o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz.

A entidade participa de um grupo de trabalho criado pela Anac para analisar o tema e tem pleiteado mais rapidez na definição de regras claras para o gerenciamento dos casos, incluindo punições mais severas e que podem contemplar multas, indenização dos prejuízos e, para os casos mais graves, a proibição de voar.

Nos Estados Unidos, empresas aéreas como a Delta Air Lines e American Airlines têm suas próprias listas de passageiros proibidos de voar, as chamadas ‘listas negras’. Desde 2021, a Administração Federal de Aviação do país (FAA) possui uma política de ‘tolerância zero’ e conta com multas de até US$ 37 mil (R$ 194 mil) para os passageiros que atrapalham o funcionamento do transporte aéreo, totalizando cerca de US$ 7 milhões (R$ 36,7 milhões) de multas aplicadas, além de investigações criminais encaminhadas ao FBI. 

Segundo a agência, essa política reduziu os casos em mais de 60%.

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