Brasil participa do desenvolvimento do novo caça da FAB

Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo da FAB tem atuado nos estudos e desenvolvimento do caça Gripen

Por Edmundo Ubiratan Publicado em 01/06/2022, às 11h36

Empresas brasileiras e institutos civis e militares atuam no desenvolvimento do Gripen E da FAB - FAB

O processo de recebimento dos novos caças Gripen tem contado com participação integral de um dos mais importantes institutos de pesquisas aeronáuticas do Brasil.

O Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) por meio do Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (Ipev), ambos situados em São José dos Campos, no interior de São Paulo, tiveram participação em todas as fases do projeto, desde os estudos iniciais, assinatura do contrato, até os ensaios em voo dos caças.

Embora o Ipev seja famoso pelos ensaios em voo, onde são realizados complexos testes nos protótipos, os técnicos do instituto também atuaram na campanha de montagem dos manuais de adestramento dos pilotos por meio de aulas teóricas, simuladores de voo e de ejeção, com treinamentos de sobrevivência no mar simulado e em centrífuga, dentre outros.

Pilotos brasileiros do IPEV fizeram o voo de translado dos dois Gripen de série no Brasil

 

Com a chegada do primeiro Gripen E ao Brasil, em 2021, os testes da aeronave no aeroporto de Gavião Peixoto, no Centro de Ensaios em Voo da Embraer, conta com participação intensa do DCTA.

O envolvimento do IPEV ao longo dos oito anos de desenvolvimento da aeronave e nos testes remanescentes permitirá integração do projeto às Unidades Operacionais da Força Aérea e a utilização do pleno potencial da plataforma com 100% de segurança”, destaca José Ricardo Silva Scarpari, o Diretor do Ipev.

O translado dos dois aviões de série, que serão empregados na primeira fase operacional dos Gripen na FAB, foi feito por pilotos do Ipev.

De acordo com o Major Aviador Abdon de Rezende Vasconcelos, um dos pilotos envolvidos no recebimento e testes da aeronave, já foram realizados ensaios tipo Spray de Água (Waterspray), quando a aeronave passa por uma pista alagada e água é lançada contra a aeronaves e motores, ensaios de sistemas e voos de maturidade, nos quais são verificados a plena operação e os sistemas da aeronave.

Ainda deverão ocorrer mais de 900 voos de teste, incluindo de avaliação operacional, com verificação de requisitos previstos em contrato e mais ensaios de sistemas, quando irão testar o Receptor de Aviso de Radar (RWR, do inglês Radar Warning Receiver), entre outros.

“Todos os dados coletados dos voos de ensaio compõem uma base de informações conjunta utilizada pelo Brasil e pela Suécia para o aprimoramento contínuo do projeto”, explicou Scarpari.

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