Por enganar investidores nos acidentes envolvendo o 737 MAX, a Boeing vai pagar uma multa de R$ 1 bilhão
Marcel Cardoso Publicado em 23/09/2022, às 06h36
A Boeing concordou pagar uma multa de US$ 200 milhões (R$ 1,02 bilhão) para encerrar um processo no Conselho de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, que acusou o fabricante de enganar investidores sobre os dois acidentes envolvendo o 737 MAX, em 2018 e 2019, que mataram quase 350 pessoas.
O ex-CEO Dennis Muilenburg, que esteve à frente da empresa entre 2015 e 2019, pagará US$ 1 milhão (R$ 5,12 milhões) pelo mesmo motivo.
As causas dos acidentes foram atribuídas a uma falha no sistema de controle de voo (Mcas). Depois, foi feita a descoberta que a Boeing enganou reguladores e pilotos sobre o novo sistema, ao tentar obter a nova certificação da Administração Federal de Aviação (FAA), sem adotar novas medidas de treinamento.
Em janeiro de 2021, o fabricante havia concordado em pagar US$ 2,5 bilhões (R$ 12,8 bilhões) ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) por conspirar para lesar o país por conta dos acidentes. Na ocasião, o procurador-geral adjunto afirmou que eles “expuseram a conduta fraudulenta e enganosa de funcionários de um dos maiores fabricantes mundiais de aviões comerciais”.
A operação do 737 MAX foi interrompida em março de 2019, logo após a queda do voo ET302, e retomada em dezembro de 2020. A Gol Linhas Aéreas foi a primeira companhia aérea a transportar passageiros em uma aeronave do modelo depois do hiato.