Boeing registrou redução de US$ 5,6 bilhões nas receitas e no lucro

Fabricante faz provisão de US$ 4,9 bilhões atrelado ao 737 MAX

Por Edmundo Ubiratan | Imagens: Divulgação Publicado em 19/07/2019, às 07h00 - Atualizado às 08h08

Paralização do 737 MAX pressiona contas da Boeing e impacta no lucro

A Boeing anunciou que encerrou o segundo trimestre com sua maior perda em seus mais de 100 anos de existência. A fabricante registrou uma redução de US$ 5,6 bilhões nas receitas e no lucro ante os impostos no último trimestre.

A provisão é de US$ 4,9 bilhões no segundo trimestre e está atrelado aos efeitos da proibição de voos da família 737, que continua sem previsão de retornar à operação. A paralização da frota mundial do 737 levou a gigante norte-americana a enfrentar sua maior crise da história, envolvendo não apenas queda nos lucros, mas também um abalo na confiança na marca que por décadas foi sinônimo de avião comercial.

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Somado a crise na reputação, a Boeing enfrenta alta nos custos e o desafio de manter a produção do 737 MAX de forma ininterrupta, mesmo sem poder entregar as aeronaves. Uma paralização na cadeia produtiva poderá levar ao agravamento da crise e quebra de diversos fornecedores que dependem de um fluxo constante de produção.

Os custos para produção do 737 MAX aumentou em US$ 1,7 bilhão no trimestre, gerado especialmente por causa da redução na taxa de produção, que passou de 52 aeronaves mensais, para 42. A diferença impulsionou os gastos com toda cadeia produtiva.

Em abril, quando divulgou os resultados do primeiro trimestre, dias após a proibição dos voos com o 737 MAX, a Boeing já havia anunciado que havia abandonado sua meta financeira de 2019 e suspendeu as recompras de ações.

"Estamos tomando as medidas apropriadas para administrar nossa liquidez e aumentar nossa flexibilidade de balanço da melhor maneira possível ", disse o diretor financeiro da Boeing, Greg Smith durante a apresentação dos resultados.

A expectativa do setor é que o 737 MAX só será recertificado em meados de agosto ou início de setembro. A previsão da normalização de entregas e operação só deverá ocorrer no começo de 2020.

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