Cadeia de suprimentos e suspensão do 787 faz Boeing registrar a menor taxa de entregas desde julho do ano passado
Por Wesley Lichmann Publicado em 14/03/2023, às 15h14
Em meio a problemas na cadeia de suprimentos e a suspensão nas entregas do 787 Dreamliner, a Boeing informou hoje (14), que entregou 28 aeronaves e obteve apenas dois pedidos em fevereiro. O total de entregas para um mês foi o menor desde julho do ano passado.
A Boeing entregou dez aeronaves a menos quando comparado com o mês de janeiro, o número de pedidos no primeiro mês do ano foi de 55 jatos, sendo 33 737 Max e 22 jatos de fuselagem larga 767 e 787.
As entregas referentes ao mês de fevereiro incluem 24 737 Max, um 737NG configurado para a versão de patrulha maritima conhecido como P-8 e três aeronaves de fuselagem larga, incluindo o último 747 produzido e entregue para a Atlas Air, além de um 777F para a Air China e um 787-10 incorporado pela United Airlines.
No fim do mês passado, as entregas do 787 Dreamliner foram suspensas após a fabricante identificar um problema no componente da seção frontal da fuselagem da aeronave.
Na última sexta-feira (10), a Boeing recebeu o sinal verde da agência de aviação civil norte-americana (Federal Aviation Administration – FAA, na sigla em inglês) para retomar as entregas do popular jato de fuselagem larga.
De acordo com executivos da Boeing, a escassez de peças prejudicou o desempenho de sua linha de produção, mas afirmam que as pesperctivas para o ano são positivas.
Diante da escassez e falhas no fornecimento de peças e componentes a fabricante norte-americana realizou mudanças nos cargos executivos e promoveu cortes de até 2.000 funcionários nos setores de recursos humanos e financeiro. Buscando maior eficiência no quadro administrativo, a empresa vai terceirizar cerca de um terço desses empregos para a empresa indiana Tata Consulting.
Após as correções de produção do 737 Max e 787, seus dois principais produtos, a Boeing projeta entregar cerca de 400 a 450 737 Max e 70 Dreamliners durante o ano de 2023.
Para atender a demanda por novos jatos e aumentar a taxa média de produção, estabilizada em 31 unidades por mês, a Boeing reabriu recentemente a terceira linha de montagem do 737 Max na fábrica de Renton.
Até 2025, a Boeing prevê produzir cerca de cinquenta unidades mensais do 737 MAX, mas também planeja aumentar a taxa média mensal de produção do 787 para dez unidades, que ainda registram uma média abaixo de cinco unidades por mês.