Em seis meses a família 737 MAX perdeu um total de 323 encomendas firmes
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 15/07/2020, às 14h38 - Atualizado às 14h48
Família 737 MAX registrou 323 cancelamentos apenas nos seis primeiros meses de 2020
A Boeing anunciou na terça-feira (14) que outras 60 aeronaves família 737 MAX foram cancelados em junho. Com isso o saldo negativo para o modelo, apenas nos primeiros seis meses do ano, é de 323 aeronaves.
No mesmo período de 2019, a Boeing havia registrado 21 encomendas, mesmo enfrentando já a proibição de voos com o modelo, que na ocasião era de três meses. A expectativa na época era que a recertificação ocorresse até meados de agosto, mas o processo se estendeu até o presente e sem um prazo para ser concluído.
No final de junho, a FAA, a agência de aviação civil dos Estados Unidos, iniciou o processo de recertificação da família 737 MAX, mas a revisão de toda documentação e procedimentos deverá levar várias semanas.
Para a Boeing a pandemia se tornou um desafio extra, visto que a maioria das empresas aéreas no mundo estão sem voar e com problemas graves de caixa, tornando pouco provável que tenham folego para adquirir novas aeronaves no próximo meses.
As principais companhias aéreas registraram no primeiro semestre perdas profundas, com muitas aposentando grande parte da frota e concentrando seus esforços em manter a sua viabilidade financeira. Recentemente a American Airlines cogitou suspender parte dos pedidos do 737 MAX por dificuldades em obter financiamento, além de aposentar grande parte da frota prematuramente.
Com os recentes cancelamentos a carteira de pedidos firmes para a família 737 MAX é de 4.552 aviões, número ainda confortável para a Boeing, mas inferior ao rival da Airbus que acumula 6.108 encomendas para a família A320neo.
A expectativa do mercado é que com após voltar a ser autorizado a operar, o 737 MAX retome a capacidade de registrar novas encomendas e de reter os atuais pedidos já formalizados.