Agência de risco S&P elevou nota de crédito da Azul, após conclusão da reestruturação financeira
Por Wesley Lichmann Publicado em 19/07/2023, às 16h47
A agência de classificação de risco S&P Global Ratings reavaliou o perfil de crédito da Azul Linhas Aéreas, com perspectiva estável, depois da conclusão da reestruturação financeira da companhia aérea.
A S&P elevou a nota de crédito em moeda estrangeira da Azul de 'SD' para 'B-' e a nacional de 'SD' para 'brBBB-'. A nova análise também elevou o rating das notas senior unsecured da companhia de 'D' para 'CCC' e alterou o rating de recuperação de '4' para '6'.
A elevação da nota considera os recursos levantados por meio da troca e oferta de títulos de dívida, bem como o acordo com os arrendadores de aviões, fabricantes e fornecedores de peças.
Na semana passada, a Azul concluiu a troca de títulos com vencimentos em 2024 e 2026, para títulos de longo prazo com vencimento respectivamente em 2029 e 2030. A medida teve aceitação de 86% dos detentores de bônus da empresa.
"A transação reduziu consideravelmente os riscos de refinanciamento, uma vez que apenas US$ 100 milhões das notas com vencimento em 2024 permanecem em circulação", destaca o relatório.
A companhia também captou US$ 800 milhões com a oferta de novos títulos de dívida seniores. As notas com vencimento em 2028, têm prioridade no recebimento e garantias recebiveís geradas pelo programa de fidelidade TudoAzul, da agência de turismo Azul Viagens e outras propriedades intelectuais usadas pela companhia aérea, exceto a Azul Cargo.
Os recursos serão utilizados para antecipar o pagamento de cerca de US$ 56 milhões das notas trocadas com vencimento em 2029 e cerca de US$ 105 milhões da debênture conversível. Os analistas acreditam que os US$ 640 milhões restantes reforçarão a liquidez da empresa nos próximos dois anos.
Segundo a agência, a "empresa aliviou o risco de refinanciamento e os pagamentos de arrendamentos, melhorou seu perfil de vencimentos e liquidez, proporcionando maiorflexibilidade financeira durante a recuperação dos negócios."
O relatório acredita que a Azul apresentará resultados mais fortes nos próximos 12 meses e "sairá de sua reestruturação com liquidez confortável e uma estrutura de capital melhorada."