Azul renegocia pagamento de títulos de dívida no valor de US$ 1 bilhão e pretende usar recebíveis do TudoAzul como garantia
Por Wesley Lichmann Publicado em 24/04/2023, às 10h14
A Azul Linhas Aéreas renegocia com um grupo de detentores de títulos de dívida emitidos no exterior no valor de US$ 1 bilhão com vencimentos entre os anos de 2024 a 2026.
A proposta de renegociação que envolve dois terços dos papéis, conhecidos no mercado financeiro como bonds, pede a prorrogação dos prazos de vencimento dos títulos e terá como garantia uma nova captação de recursos do TudoAzul , programa de fidelidade da companhia.
A intermediação do grupo dos titulares dos títulos, chamado de bondholders, está sendo realizada pelo banco Rothschild. A Azul possui US$ 400 milhões em títulos com vencimento em outubro de 2024 e mais US$ 600 milhões que vencem em 2026.
Outra negociação em adamento é referente aos débitos de cerca de 10% da dívida junto as empresas de arrendamento. Em março, a Azul anunciou um acordo com grande parte dos arrendadores, que representam mais de 90% do seu passivo referente ao aluguel de aeronaves.
A Azul renegociou R$ 4 bilhões atrelados aos arredamentos a vencer em 2023. Segundo Alex Malfitani, CFO da companhia, o valor representa cerca de 80% da dívida bruta nominal da empresa.
Com os seguidos acordos e restruturação financeira, a companhia espera atingir o ponto de equilíbrio ainda este ano. A Azul espera encerrar 2023 com um crescimento de 56% no EBITDA, para R$ 5 bilhões na comparação com o ano fiscal de 2022. Em 2024, a empresa espera voltar a gerar caixa e aumentar sua posição de liquidez.
Em 2022, a Azul registrou prejuízo líquido foi R$ 1,3 bilhão, enquanto a receita totalizou R$ 15,9 bilhões, aumento de 59,9% frente um ano antes, e 39,4% maior que a obtida três anos antes. A empresa encerrou o ano com uma frota operacional de 177 aeronaves, e uma frota contratual de 194 jatos.