Uso de aviões executivos deve subir até 75% na América Latina, diz Airbus

Estudo da Airbus aponta que empresas da América Latina ampliarão em até 75% o uso de jatos executivos até 2027, com foco em eficiência e expansão global

Por Marcel Cardoso Publicado em 07/08/2025, às 08h38

Crescimento da aviação executiva na América Latina está ligado à expansão internacional, produtividade e uso humanitário, revela estudo da ACJ - AERO Magazine/Edmundo Ubiratan

A aviação executiva está se consolidando como ferramenta estratégica para empresas latino-americanas, aponta estudo encomendado pela Airbus Corporate Jets. Segundo a pesquisa, 63% das organizações esperam aumentar o uso de jatos corporativos entre 50% e 75% nos próximos dois anos.

O dado reflete uma tendência de intensificação do uso da aviação executiva não apenas por altos executivos, mas por um número crescente de colaboradores.

Realizada com lideranças no Brasil, Argentina, México e Colômbia — incluindo 33 CEOs de grandes empresas e 29 representantes de family offices, hedge funds e private equities com patrimônio combinado de US$ 122 bilhões (R$ 666,7 bilhões) — a pesquisa mostra que 55% dos voos realizados por executivos de alta liderança já ocorrem via jatos corporativos. Entre fundos e family offices, os índices são ainda maiores: 69% e 74%, respectivamente.

A expectativa de crescimento está associada à expansão internacional das empresas. Todos os fundos de private equity e hedge entrevistados afirmaram que abrirão mais escritórios no exterior nos próximos três anos. Da mesma forma, 100% dos family offices preveem aumento de membros da família residindo em outros países — o que impulsiona a demanda por deslocamentos flexíveis e rápidos.

A eficiência de tempo é um dos principais impulsionadores: 56% das empresas informam economizar de duas a três horas por voo em comparação com rotas comerciais; 40% economizam três horas ou mais. Além disso, 82% afirmam que pelo menos 25% de suas rotas não são atendidas por companhias aéreas tradicionais.

Os ganhos de produtividade também são expressivos. Para 63% dos entrevistados, a produtividade a bordo de jatos executivos é entre 25% e 50% maior; para outros 24%, o ganho ultrapassa 50%. A possibilidade de tratar temas confidenciais e o maior controle sobre agendas são os principais fatores citados.

Quase todas as organizações (97%) estão ampliando o acesso à aviação executiva para mais funcionários. Essa democratização do uso indica uma mudança estrutural na forma como o recurso é incorporado às operações. O mesmo percentual acredita que a tendência continuará nos próximos três anos.

A atuação humanitária da aviação executiva também é relevante. Segundo o levantamento, 98% das empresas utilizam aeronaves privadas para ações beneficentes, como transporte médico, de órgãos ou apoio a crises. Para 48%, esse uso crescerá de forma significativa nos próximos cinco anos.

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