Argentina aposenta seu principal avião de ataque

Pucará se destacou por sua versatilidade em diversas operações, incluindo na Guerra das Malvinas

Por Edmundo Ubiratan | Fotos: Divulgação Publicado em 02/09/2019, às 12h00 - Atualizado em 03/09/2019, às 17h04

Argentino Pucará foi um dos mais versáteis aviões de ataque ao solo por várias décadas

A força aérea da Argentina vai aposentar o IA-58 Pucará, sua principal aeronave de ataque leve. O modelo que completou 50 anos em agosto, deixará o serviço ativo após as 20 unidades ainda operacionais atingirem o número máximo de horas previstas para célula e assento ejetável.

A aeronave foi desenvolvida pela Fábrica Militar de Aviones (FMA) em meados da década de 1960, quando o fabricante se destacava como um dos únicos com capacidade de produzir aeronaves avançadas no hemisfério sul. O primeiro voo do protótipo AX-2 ocorreu 20 de agosto de 1969, coincidentemente quase simultaneamente a criação da Embraer.

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O primeiro protótipo foi equipado com dois motores turbo-hélices Garrett TPE331I/U-303 de 904 shp, enquanto o segundo protótipo recebeu os motores Turbomeca Astazou XVIG de 978 shp, que acabaram sendo adotados pelos modelos de série.

A aeronave foi equipada com dois canhões de 20 mm Hispano-Suiza HS.804 e quatro metralhadoras 7.62 mm FN Browning, além de contar com três pontos duros, um central com capacidade para até 1.000 kg de armamento e dois pilones sob asa asas para 500 kg, cada.

Ainda que bastante limitado para uma guerra moderna, o Pucará se destacava por sua performance, podendo atingir 270 nós (430 km/h) de velocidade de cruzeiro e raio de ação em combate de 190 nm (350 km).

O desenvolvimento foi marcado pela instabilidade política da Argentina, marcada pela ascensão de militares ao poder e de grupos paramilitares armados agindo como forças de oposição.

Criado como uma aeronave versátil de ataque ao solo, voltada paras as necessidades da força aérea argentina, o modelo foi amplamente utilizado contra a grupos rebeldes. Durante a Guerra das Malvinas, em 1982, a aeronave se mostrou uma eficiente plataforma de ataque contra alvos terrestres e sua capacidade de operar em pistas curtas e não preparadas permitiu a Argentina obter alguns êxitos em seus ataques a instalações britânicas. Porém, seu emprego em combate aéreo contra os Sea Harrier ingleses se provou um fracasso. Ainda assim, ao final do conflito a Argentina havia perdido apenas quatro aeronaves em combate aéreo. A maior parte dos aviões foram sabotados por equipes SAS britânicas.

Mesmo atravessando grave crise política e econômica a Argentina conseguiu negociar o Pucará com a Colômbia, Sri Lanka e Uruguai, sendo que os dois primeiros que empregaram a aeronave com sucesso em diversas operações de combate. Durante o desenvolvimento do projeto Sivam, de defesa da Amazônia, o governo brasileiro estudou a compra do modelo em 1990. Posteriormente a FAB optou pelo desenvolvimento do Super Tucano.

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