Iniciativa privada deverá investir quase R$ 450 milhões ao longo de trinta anos
Marcel Cardoso Publicado em 16/07/2021, às 08h00 - Atualizado em 19/07/2021, às 20h52
Com leilão São Paulo se desfez de todos os aeroportos sob controle estatal
O governo do estado de São Paulo realizou o leilão de concessão de 22 aeroportos regionais à iniciativa privada.
O certame realizado na última quinta-feira (15) obteve ágio médio de 11%, com arrecadação de R$ 22 milhões. Um dos destaques da disputa pelos dois grandes blocos de aeroportos foi a baixa disputa, travada entre apenas duas empresas e com lance único em um dos blocos.
No bloco Noroeste, que engloba onze terminais encabeçados por São José do Rio Preto (SJP), o Consórcio Aeroportos Paulista composto pela Socicam e pela Dix Empreendimentos, foi o vencedor com o lance de R$ 7,6 milhões e com ágio de 11,14%. O lote inclui ainda os terminais de Presidente Prudente, Araçatuba e Barretos, bem como dos aeródromos de Assis, Dracena, Votuporanga, Penápolis, Tupã, Andradina, Presidente Epitácio.
No bloco Sudeste, que engloba outros onze aeroportos encabeçados por Ribeirão Preto (RAO), o vencedor foi o Consórcio Voa NW e Voa SE, com R$ 14,7 milhões, com ágio de 11,5%. Os demais aeroportos do bloco são Bauru-Arealva, Marília, Araraquara, São Carlos, Sorocaba, Franca, Guaratinguetá, Avaré-Arandu, Registro e São Manuel.
De acordo com o edital do leilão estão previstos investimentos de R$ 447 milhões nos trinta anos de concessão das vencedoras do leilão. Só nos primeiros quatro anos, serão ao menos R$ 138 milhões em melhorias nos 22 aeroportos.
Esta foi a segunda rodada de concessões de aeroportos regionais em São Paulo. A primeira teve os aeroportos de Bragança Paulista (BJP), Campinas (CPQ), Itanhaém (SDIM), Jundiaí (QDV) e Ubatuba (UBT), licitados em único lote em 2017. Com o leilão atual o estado de São Paulo se desfez de todos seus aeroportos regionais, que serão agora geridos exclusivamente pelo setor privado por três décadas.
Segundo Rodrigo Garcia, vice-governador de São Paulo, com a iniciativa o Estado deixará de investir R$ 70 milhões anuais no setor aeroportuário. Ainda que o montante seja insuficiente para a correta manutenção e melhoria exigida na vasta rede de aeroportos paulista, o valor era considerado elevado dentro do atual orçamento estadual.
Dos 22 aeroportos concessionados, seis já operam voos regulares, com ouros trezes oferecendo potencial de receber operação regular já nos próximos meses. Destaca também Sorocaba, próximo o aeroporto Catarina, que é focado no setor de aviação de negócios, oferecendo diversos serviços ao segmento e contando com a presença de várias empresas, como a Embraer Aviação Executiva e a Dassault Falcon.