Enquanto os aeroportos das Américas e Europa retomam capacidade, a Ásia ainda sofre com restrições de viagens
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 01/07/2022, às 15h39
O Conselho Internacional de Aeroportos (ACI World) publicou sua avaliação trimestral com a análise do impacto da pandemia de covid-19 nos aeroportos ao redor do mundo.
Um dos destaques foram as respostas positivas e imediatas na demanda global de viagens aéreas, que superou as expectativas mais pessimistas que previam uma retomada apenas em meados de 2025.
Segundo o estudo da ACI World, a suspensão de medidas mais severas no controle de passageiros e a melhoria nos índices globais de imunização renovou o otimismo da indústria, em especial na Europa e nas Américas.
No entanto, a análise demonstra uma recuperação desigual, uma vez que os principais mercados de aviação na Ásia-Pacífico têm ficado atrás de seus pares ocidentais, pois continuam parcialmente fechados ao tráfego internacional.
Ainda assim, o tráfego global de passageiros deve melhorar significativamente até o final do ano, atingindo 77% do resultado de 2019, com previsão de um total de 7,1 bilhões de passageiros até o dia 31 de dezembro. O resultado é o melhor em dois anos e reflete a possibilidade de retomada completa em 2023.
Ao longo de 2021, a pandemia reduziu em 50,3% o volume de passageiros que atingiu a marca de 4,6 bilhões de viajantes ao redor do mundo. Nos primeiros dois anos da pandemia número de passageiros nos aeroportos do mundo reduziu em 10,2 bilhões.
“Considerando minhas últimas viagens e com base nos dados mais recentes, não há dúvida de que muitos viajantes estão ansiosos para retomar as viagens - e os volumes do início do verão são uma prova disso”, comentou Luis Felipe de Oliveira, diretor-geral de ACI World.
Ainda assim, diversas incertezas continuam em torno do ritmo da recuperação do setor de aviação, principalmente nos médio e longo prazos. Embora muitos indicadores apontem para a recuperação, o setor também enfrenta alguns obstáculos como risco de desaceleração econômica, interrupções na cadeia de suprimentos, escassez de mão de obra e ainda conflitos geopolíticos. O setor aéreo ainda teme possíveis novos surtos da covid-19 ou o surgimento de novas doenças.