Histórico recebeu voos de hidroaviões e por várias décadas foi a principal porta de entrada para o Brasil
Marcel Cardoso Publicado em 30/11/2021, às 09h55 - Atualizado às 11h27
Desde 1936, o aeroporto passou por diversas intervenções, mas sem perder seu charme | Foto: Divulgação.
O aeroporto Santos Dumont (SDU) completa 85 anos hoje (30), mantendo sua posição de um dos mais importantes aeroportos do Brasil. Localizado em uma posição estratégica do Centro do Rio de Janeiro, o terminal se tornou símbolo de viagens de executivos.
As obras começaram em 1934, em terreno situado na Ponta do Calabouço, cedido pela prefeitura do então Distrito Federal. A primeira parte dos trabalhos constituiu-se basicamente da ampliação do aterro em mais 370.000 m². O projeto exigiu a construção de uma muralha de contenção e o lançamento de mais de 2,7 milhões de metros cúbicos de areia ao mar.
O SDU no dia de sua inauguração, em 30 de novembro de 1936, prédio hoje abriga o Incaer | Foto: Arquivo Nacional
A data original de inauguração, em 1936, foi adiada por conta de incidentes envolvendo duas aeronaves Junkers Ju-52 da Vasp, que fariam os primeiros voos. Uma delas quase caiu no mar e a outra colidiu carroças usadas na movimentação de terra na provisória pista do aeroporto de Congonhas (CGH), em São Paulo, inaugurado em abril do mesmo ano.
O edifício original, destinado também para operações de aviões anfíbios e hidroaviões, foi até a década de 1940 a porta de entrada e saída para o Brasil, sendo usado por turistas, empresários e autoridades. Atualmente o prédio abriga o Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (Incaer).
A parte antiga do atual terminal de passageiros foi a primeira grande mudança de infraestrutura do aeroporto. Ele foi projetado pelo escritório dos irmãos Marcelo e Milton Roberto, que ganharam um concurso nacional, e foi inaugurado em 1945. Em 1990, a edificação foi tombada pelo Instituto de Patrimônio Artístico e Cultural (Inepac).
Em 1947, a pista foi ampliada de 700 metros para os atuais 1.323 metros. Anos mais tarde foi construída a pista auxiliar, voltada para a aviação geral, com 1.260 metros de comprimento.
Um grande incêndio tomou conta dos andares superiores do Santos Dumont em fevereiro de 1998, destruindo os escritórios do então DAC (Departamento de Aviação Civil), a Dirma (Diretoria de Material Aeronáutico) e o Depv (Diretoria Eletrônica e de Proteção ao Vôo), além de afetar ainda o Centro de Computação da Aeronáutica, em anexo ao DAC, e o centro de informática.
Na época a perícia apontou que houve falta de água nos hidrantes e ausência de equipamentos automáticos de combate a incêndio.
Sessenta anos depois, já no início dos anos 2000, um novo terminal de passageiros foi entregue com oito pontes de embarque, em anexo ao edifício histórico. Anos mais tarde, a antiga sede da Varig, anexa ao aeroporto, foi transformado em um centro comercial e hotel, sendo integrado ao terminal de passageiros.
A atual sala de embarque, inaugurada junto com o novo terminal, em 2007 | Foto: Rodrigo Soldon
A mais recente intervenção, realizada em novembro de 2021, foi a expansão da planta de geração de energia solar. O sistema de geração de energia fotovoltaica é composto por 1.286 módulos solares, passando a contar com a capacidade de 500kWp (quilowatt pico - máximo de energia produzida em condições ideais). A estimativa de geração mensal do sistema instalado é de mais de 65.000kWh. A energia gerada por mês atende parte da demanda do aeroporto.
O Santos Dumont é hoje um dos dez terminais mais movimentados do Brasil, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Infraero.
Recentemente o aeroporto foi incluído na sétima rodada de concessões do Ministério da Infraestrutura. O leilão está previsto para acontecer no primeiro semestre de 2022.