FAB negou as informações sobre a suposta presença do filósofo a bordo de missão oficial
Por André Magalhães Publicado em 23/11/2021, às 17h10 - Atualizado às 18h14
Aeronave VC-99 é operada pelo Grupo de Transporte Especial, sediado em Brasília | Fotos: AERO Magazine
O Comando da Aeronáutica divulgou no último domingo (21), uma nota negando a informação que o filósofo Olavo de Carvalho teria viajado para os Estados Unidos em uma aeronave da Força Aérea Brasileira no último dia 13 de novembro.
O assunto veio à tona por meio da jornalista Daniela Abade, que alegou que o escritor teria ido viajado para o exterior em um avião da FAB.
De acordo com a jornalista, a afirmação tem como base dados do Flight Aware, que registra dados de voos. Neste sistema foi mostrado que uma aeronave da FAB pousou no aeroporto Mac Arthur, em Long Island, no estado de Nova York, no dia 13 de novembro, mesmo dia em que Olavo saíra do Brasil “em um voo repentino”.
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Em nota a FAB nega tais afirmações à respeito do suposto uso de aviões da força para a viagem internacional de pessoas alheias as necessidades do país. O Comando da Aeronáutica nega que que qualquer passageiro viajou para os Estados Unidos, dizendo que apenas a tripulação que cumpria a missão estava a bordo.
A aeronave que foi aos Estados Unidos, é um VC-99, versão militar do Legacy da Embraer, que ostenta a matrícula FAB 2582, e pertencente ao Grupo de Transporte Especial, unidade responsável pelo transporte de autoridades.
Olavo de Carvalho é um ensaísta brasileiro, que também desempenhou outras funções como jornalista, ideólogo e astrólogo. Olavo ganhou destaque ao apoiar o então presidente Jair Bolsonaro e defender sua posição contra o comunismo. Seus livros ganharam grande repercussão negativa e positiva nos últimos anos.
Sobre os comentários levianos e irresponsáveis relativos a um voo de aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para os Estados Unidos, no dia 13 de novembro, que têm circulado nas redes sociais, a Instituição reitera que não transportou qualquer passageiro, incluindo o Sr. Olavo de Carvalho, no trecho em questão. Apenas os tripulantes que cumpriam a missão estavam a bordo.
A FAB repudia e não aceita a suposição de que teria participado de algum transporte de passageiro de maneira irregular ou oculta. Todos os atos da Instituição são balizados pela observância às leis e sob a ótica da transparência. A divulgação de inverdades, sem a devida apuração, deve ser combatida, por contribuir para a desinformação da sociedade.
A FAB reitera que cumpre o estabelecido pelo Decreto n° 10.267, de 5 de março de 2020, que dispõe sobre o transporte aéreo de autoridades em aeronaves do Comando da Aeronáutica. Ao contrário do que tem sido mencionado sobre o transporte no dia 11 de novembro, a FAB não requisitou sigilo algum aos voos designados para o transporte de Ministros de Estado com intuito de omitir a
visualização em sites de monitoramento, que é perceptível mediante a presença, nas aeronaves, do equipamento ADS-B (Automatic Dependent Surveillance – ou, em português, Sistema de Vigilância Aérea Automático).
Embora as missões dos dias 11 de novembro para São Paulo e 13 de novembro para os Estados Unidos tenham feito uso da aeronave com registro FAB 2582, não há qualquer relação de planejamento entre as duas missões, sendo totalmente incoerente concluir que foi realizado em forma de outros proveitos.
Sobre o planejamento da missão de forma geral, o pouso no aeroporto Mac Arthur em Long Island foi o primeiro realizado nos EUA e programado por motivo de restrição de pátio no aeroporto JFK, que por ser um local de grande movimentação, as autoridades americanas solicitam que o tempo de permanência no solo de aeronaves que não operam regularmente naquela localidade seja de, no máximo, 2 horas, o que inviabilizaria o trajeto direto a este aeroporto.
O pouso em Long Island foi então considerado pelo fato de já ser um local comumente utilizado como base de suporte pela FAB em viagens para Nova York e que o aeroporto está apenas a 32 milhas náuticas, que equivalem a aproximadamente 59 quilômetros e cerca de 10 minutos do destino. Somou-se ainda à decisão do pouso no aeroporto Mac Arthur o fato de possibilitar todo o processo de imigração dos tripulantes e também de não ter passageiros a bordo da aeronave.
A Instituição permanece diuturnamente à disposição da sociedade brasileira, trabalhando para ser uma Força Aérea de grande capacidade dissuasória, operacionalmente moderna e atuando de forma integrada para a defesa dos interesses nacionais. Com o labor ininterrupto de seus militares e civis, atuando de forma transparente, permanece sendo uma das mais respeitadas Instituições do País.
Brasília, 20 de novembro de 2021.
Centro de Comunicação Social da Aeronáutica