Grupo de investidores negocia compra da alemã Lilium, buscando retomar produção de aeronaves elétricas após insolvência e atrasos no cronograma
Por Marcel Cardoso Publicado em 12/08/2025, às 13h39
Um grupo, formado por investidores, desenvolvedores de infraestrutura e especialistas em aviação — incluindo a Luxaviation, confirmou ter garantido o equivalente a R$ 1,57 bilhão e acesso a mais R$ 3,15 bilhões para tentar reativar a Lilium, fabricante de aeronaves elétricas de pouso e decolagem vertical (eVTOL, na sigla em inglês).
As negociações para aquisição total ou parcial dos ativos continuam, segundo Ivo-Meinert Willrodt, administrador judicial, sem prazo definido para conclusão.
Em nota, a Ambitious Air Mobility Group (AAMG) declarou “grande interesse” em dar continuidade ao programa de aeronaves da Lilium, porém, ainda é cedo para entrevistas ou divulgação de detalhes, aguardando avanços concretos no processo.
A Lilium entrou em recuperação judicial no fim de 2024, após a falha de um aporte prometido pelo então principal investidor, o empresário eslovaco Marian Bocek. Os ativos voltaram para as empresas operacionais originais, e as operações cessaram em fevereiro deste ano. Hangares antes ocupados pela empresa já foram realocados, e grande parte da força de trabalho migrou para outros setores, o que pode dificultar a retomada.
A AAMG já havia manifestado interesse na compra em 2024 e mantinha compromisso para adquirir dezessesis unidades do Lilium Jet, mas não obteve financiamento a tempo. Fontes da indústria descrevem o CEO Robert Kamp como “altamente comprometido” com o projeto.
Antes da insolvência, a Lilium planejava o voo inaugural do Lilium Jet para o início deste ano e certificação em 2026. Três protótipos estavam em montagem avançada, agora armazenados na localidade alemã de Oberpfaffenhofen. Caso a aquisição se concretize, fontes indicam que o reinício ocorreria com equipe reduzida e cronograma revisto, o que deve atrasar ainda mais a entrada em operação.
Em agosto de 2021, Lilium e Azul Linhas Aéreas revelaram planos para firmar um acordo comercial de até US$ 1 bilhão (R$ 5,39 bilhões) para a aquisição de 220 eVTOL, que iniciariam as operações comerciais este ano. A companhia aérea não informou se ainda há interesse no processo.