Estudo inédito foi realizado pelo Google e pela Breakthrough Energy, com apoio da American Airlines
Por Marcel Cardoso Publicado em 17/08/2023, às 07h06
No início de agosto, a American Airlines anunciou os resultados de um estudo inédito sobre prevenção dos contrails, nos Estados Unidos.
Eles se formam quando os aviões voam através de camadas de umidades e podem persistir como nuvens cirrus por minutos ou até horas, dependendo das condições. Elas podem refletir a luz solar de volta para o espaço durante o dia, mas podem reter o calor dentro da atmosfera da terra à noite.
O estudo foi liderado pelo Google e pela Breakthrough Energy e apoiado pela companhia aérea. Foi verificado se é possível identificar zonas atmosféricas que provavelmente criarão contrails. A equipe então determinou se os pilotos poderiam evitá-los em voo quando fornecidos com dados sobre a localização dessas zonas.
Depois de coletar grandes conjuntos de dados, como imagens de satélite, dados meteorológicos e de trajetória de voo, as empresas usaram inteligência artificial para desenvolver mapas de previsão. Um pequeno grupo de pilotos fez 70 voos ao longo de seis meses, usando previsões baseadas em IA para fazer pequenas modificações em rotas que foram projetadas para criar contrails.
Após os voos de teste, o Google Research analisou imagens de satélite e descobriu que os voos em que os pilotos usaram as previsões de IA para evitar a criação de um contrail reduziram as formações em 54%, medida pela distância, em comparação com voos em que os pilotos não usaram as previsões.
"Evitar contrails pode ser uma das melhores maneiras de limitar o impacto climático da aviação, e agora temos uma demonstração clara de que é possível fazê-lo", disse Marc Shapiro, diretor da Breakthrough Energy Contrails.
Este primeiro ponto de prova, ainda que num pequeno número de voos, mostra que um voo comercial pode, comprovadamente, evitar a criação de um contrail. Pesquisas adicionais são necessárias para determinar se esse sucesso pode ser replicado e dimensionado.
"Os resultados deste teste em pequena escala são encorajadores e, embora claramente haja mais perguntas a responder sobre como operacionalizar a prevenção de contrails em toda a nossa indústria, estamos entusiasmados por ter desempenhado um papel no estabelecimento deste primeiro ponto de prova", disse Jill Blickstein, vice-presidente de sustentabilidade da American.