Operação Black Buck tinha como objetivo destruir estruturas argentinas com os bombardeiros Avro Vulcan
Por André Magalhães Publicado em 04/05/2022, às 13h35
No último domingo, dia 1 de maio, completaram-se 40 anos da Operação Black Buck, missão que tinha por objetivo bombardear posições estratégicas argentinas durante a Guerra das Malvinas/Falklands, entre Reino Unido e Argentina, em 1982.
Tal operação envolvia os clássicos bombardeiros ingleses Avro Vulcan que tinham que decolar da ilha britânica de Acensção, voar até as Malvinas, atacar e retornar ao ponto de origem.
Mas para isto ser possível, toda uma logística tinha que ser montada. A operação contia dois Vulcans (um principal e outro reserva) e 11 aviões-tanque Victors, que faziam um total de 14 reabastecimentos, sendo sete nos Vulcans, visto que era grande a distância entre as ilhas situadas no Oceano Altântico (Ver no vídeo abaixo).
A primeira missão Black Buck aconteceu entre o dia 30 de abril e 1 de maio e durou impressionantes 16 horas para ser conluída. Todavia, um dos Vulcan teve probelmas retornou, assim sendo o segundo cumpriu a missão de ataque lançando 21 bombas em Port Stanley.
Martin Withers, foi um dos pilotos de Vulcan nesta primeira missão e relatou que "era muito importante deixar a pista de Port Stanley inoperável".
Abaixo uma parte do depoimento de Withers publicado pela RAF:
“Eu temia que perdêssemos a ilha, então subi um pouco e, quando o fiz, pudemos ouvir o radar argentino passando por cima de nós. Felizmente, também pudemos ver o terreno à frente agora e voltamos para 300 pés.
“Podíamos ver o aeródromo que estava com as luzes acesas, então era bastante óbvio que não éramos esperados. A maior ameaça eram os canhões antiaéreos controlados por rádio Oerlikon 35mm e, quando nos aproximamos, registramos um bloqueio de um de seus radares. Isso poderia ter sido cortinas para nós.”
Ao todo, foram sete missões Black Buck, mas apenas cinco foram conluídas com sucesso. E uma das setes acabou terminando no Brasil.
A aeronave inglesa retornava de mais uma missão Black Buck e tinha como objetivo pousar na ilha Ascensão, mas um problema no sistema para reabastecimento impediou que o avião fosse abastecido em voo. Então, a tripulação seguiu rapidamente para o Rio de Janeiro, o lugar mais próximo para um pouso seguro.
Os radares da defesa aérea revelaram uma aeronave desconhecida chegando à capital do estado. Neste momento, a aviação de caça brasileira entrou em ação com dois F-5E Tiger II, pilotados pelos capitães Raul Dias e Marcos Coelho, que decolaram da Base Aérea de Santa Cruz (RJ) rumo ao bombardeiro. Devido a emergência da missão os caças quebraram a barreira do som, assustando moradores locais e danificando janelas das residências.
Os Tigers interceptaram o Vulcan e o acompanharam até o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão). A aeronave britânica ficou detida no Brasil por alguns dias até que fosse feito os tramites diplomáticos, com isso conluído, o lendário Vulcan e sua tripulação foram liberados.