Há 24 anos o 11 de setembro deixou quase 3 mil mortos e parou 34 mil voos

Fechamento do espaço aéreo dos EUA paralisou mais de 34 mil voos entre 11 e 14 de setembro de 2001, marcando a maior crise da aviação civil

Por Grace McPherson, de Palo Alto Publicado em 11/09/2025, às 10h56

2.977 pessoas foram mortas nos ataques, além dos 19 sequestradores dos aviões - City of New York

Em 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos sofreram os atentados terroristas mais graves de sua história recente. Quatro aviões comerciais foram sequestrados por integrantes da Al-Qaeda: dois colidiram contra as Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York; um atingiu o Pentágono, em Washington; e outro caiu em Shanksville, na Pensilvânia, após reação dos passageiros. Os ataques resultaram em quase 3.000 mortos e desencadearam mudanças imediatas e profundas na aviação global.

A partir das 9h45 (horário da costa leste), a agência de aviação civil dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) determinou o fechamento completo do espaço do país. O ato sem precedentes obrigou o pouso imediato de aproximadamente 4.500 aeronaves em aeroportos próximos. Simultaneamente, milhares de decolagens programadas foram canceladas, paralisando o sistema aéreo mais movimentado do mundo.

Segundo dados do Bureau of Transportation Statistics e da própria FAA, mais de 34.000 voos programados nos Estados Unidos foram afetados entre 11 e 14 de setembro de 2001, somando cancelamentos e os pousos obrigatórios. A normalização dos voos ocorreu apenas uma semana depois, mas a recuperação da aviação comercial nos Estados Unidos e no mundo levou ainda vários meses. Diversas companhias aéreas entraram em colapso e milhares de viagens foram canceladas definitivamente.

Mais de 34.000 voos cancelados

11 de setembro (terça-feira): Às 9h45, todos os voos civis receberam ordem de pouso imediato. Cerca de 4.500 aeronaves no ar tiveram de interromper suas viagens. Além disso, todos os outros 4.546 voos domésticos previstos para aquele dia foram cancelados. O impacto imediato somou cerca de 9.000 voos.

12 de setembro (quarta-feira): O espaço aéreo permaneceu fechado para operações comerciais. Estima-se que 11.000 a 12.000 voos tenham sido cancelados, configurando a maior paralisação da aviação civil já registrada até então.

13 de setembro (quinta-feira): A FAA autorizou apenas alguns voos civis de emergência e carga prioritária. O transporte de passageiros ainda estava majoritariamente suspenso. Os cancelamentos ultrapassaram os 10.000 voos.

14 de setembro (sexta-feira): A reabertura parcial começou a permitir gradualmente operações comerciais de passageiros, mas em escala reduzida e sob rígidos protocolos de segurança. Ainda assim, entre 3.000 a 4.000 voos foram cancelados.

 

Repercussão na aviação mundial

A decisão de paralisar completamente o tráfego aéreo nos Estados Unidos teve reflexo imediato em aeroportos internacionais, que receberam aeronaves desviadas, sobretudo no Canadá. O episódio levou à criação de novos protocolos de segurança, incluindo inspeção mais rigorosa de passageiros e bagagens, além da fundação do Departamento de Segurança Interna (DHS) e da Administração de Segurança no Transporte (TSA).

As companhias aéreas sofreram prejuízos bilionários, levando a demissões em massa e falências em cadeia nos meses seguintes. O setor de seguros também foi profundamente impactado, com aumento expressivo nos custos para coberturas relacionadas a terrorismo.

Até a retomada parcial dos voos no espaço aéreo dos Estados Unidos, cerca de 34.000 voos foram diretamente impactados pela paralisação. O número expressa a dimensão logística do maior fechamento do espaço aéreo norte-americano em toda a história.

Vinte e quatro anos depois, o 11 de setembro permanece como um marco na transformação da aviação civil internacional, ao redefinir permanentemente a segurança aeroportuária, a operação das companhias aéreas e a percepção global sobre as vulnerabilidades do transporte aéreo, além de ser lembrado pela tragédia e pelos atos de heroísmo no atendimento aos atentados.

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