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Cada vez mais rápido / Monstros marinhos soviéticos / Helicóptero invisível


Cada vez mais rápido

Dois anos antes de o Bell X-1 ter quebrado a barreira do som, o que aconteceu em 14 de outubro de 1947, o fabricante norte-americano já havia começado a trabalhar no modelo X-2, sob um contrato com a USAF. A aeronave era propulsionada por foguetes e projetada para a análise dos efeitos na estrutura produzidos pelo aquecimento a velocidades de até 3,5 Mach e a uma altitude de 38.100 m (125.000 pés). Novas ligas de metal e um exclusivo sistema de exaustão eram características do X-2, cuja propulsão tinha uma duração de apenas 11 minutos. Os testes com o avião preso à aeronave-mãe Boeing EB-50A começaram em julho de 1951 e continuaram durante algum tempo, pois problemas técnicos adiaram a entrega do motor XLR-25. Testes mostraram que o X-2 tinha problemas com o trem de pouso, que danificavam a aeronave após os voos, até um novo trem de pouso com esquis ser instalado. Lamentavelmente, já com o problema do trem de pouso solucionado, um dos aviões explodiu em um teste de motor ainda preso ao EB-50A. O segundo X-2 realizou vários voos, atingindo a velocidade de 3,196 Mach a uma altitude de 38.376 m (126.000 pés), mas a aeronave foi destruída no 13º e último voo planejado, quando seu piloto perdeu o controle a 3 Mach. Mesmo assim, o modelo abriu caminho para futuros programas.

Monstros marinhos soviéticos

Situados em algum lugar entre os aviões e os hovercraft, os ekranoplanos mantinham uma posição exclusiva dentro das Forças Armadas Soviéticas. Utilizados em missões militares como transportes de assalto e plataformas de mísseis de ataque, os ekranoplanos poderiam proporcionar uma exclusiva forma de transporte de passageiros em aplicações civis. Capaz de se deslocar sobre seu próprio colchão de ar criado por complexas forças aerodinâmicas, os ekranoplanos podem deslizar sobre a água a grande velocidade com pouquíssima resistência. As pesquisas sobre ekranoplanos para fins militares começaram no início dos anos 1960, com propostas de vários fabricantes aeronáuticos soviéticos. A Sokolov logo se destacou como líder nesse campo, com seu A-90 “Eaglet”, que foi o ekranoplano mais utilizado. Servindo como transporte de assalto na Marinha Soviética, ele podia ser equipado com mísseis. O mais surpreendente de todos foi o KM-04, conhecido como “Monstro do Mar Cáspio”. Pesando 405 toneladas e armado com mísseis de cruzeiro, ele foi projetado para destruir submarinos norte-americanos.

Helicóptero invisível

Muito se fala em aviões e até navios invisíveis, mas e quanto aos helicópteros? Alguém já projetou um helicóptero invisível? Sim, a Boeing/Sikorsky. O RAH-66 foi inicialmente planejado para substituir os modelos Bell AH-1, OH-56D e UH-1, assim como o MDD UH-6 no Exército dos Estados Unidos. A aeronave surgiu como um helicóptero de observação e ataque, combinando as missões do Ah-1 e os OH-6/OH-58D, mas, com o passar do tempo, mais funções e capacidades foram acrescentadas, aumentando seu peso e seu custo. O Comanche deveria ser os “olhos” e o poder de fogo do moderno exército. A concorrência LHX (Light Helicopter Experimental) do Exército dos EUA foi lançada nos anos 1980, com o ambicioso objetivo de criar um versátil helicóptero capaz de realizar muitas missões militares e com capacidade stealth. A equipe Boeing/Sikorsky ganhou um contrato em abril de 1991. Muitas pesquisas em estruturas de compósitos foram realizadas, além de sistemas de integração com FLIR (Forward Looking Infra-Red) de segunda geração. Contudo, 16 anos e US$ 8 bilhões depois, o resultado era apenas pouco mais que dois protótipos e um programa de testes parcialmente completado.

Por Santiago Oliver
Publicado em 29/04/2014, às 00h00


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