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Por Ernesto Klotzel e Edmundo Ubiratan

Cinematográficos MiG


Em meados da década de 1980, os filmes de guerra, especialmente envolvendo aviação, eram constantes no cinema. A maior parte aproveitava o sucesso de “Top Gun”, que tem como tema central o curso da Fighter Weapons School, da U.S. Navy. O filme começa mostrando uma interceptação fora dos padrões pela dupla Maverick (Tom Cruise) e Goose (Anthony Edwards) a um MiG-28. No entanto, o avião exibido é um F-5 Tiger II, apenas pintado de preto e com a icônica estrela vermelha ostentada no estabilizador vertical. O motivo é simples: na época, era impossível conseguir um MiG real para as filmagens. Mesmo com a proximidade do fim da então União Soviética, as tensões ainda existiam e não havia qualquer interesse de Moscou em ceder um avião real a Hollywood. Porém, os produtores criaram um tipo novo, já que a MiG jamais utilizou numeração par em seus aviões.

A série “Águia de Aço”, por sua vez, apresenta nos primeiros dois minutos de exibição o enfrentamento entre os F-16 Fighting Falcon e uma quadra de MiG-23. Da mesma forma que em Top Gun, diante das restrições em se obter um modelo real, os produtores optaram por utilizar os F-21/C-2 Kfir da força aérea de Israel no lugar de caças MiG reais. Apenas dois anos depois, “Águia de Aço II” mostrava a ainda distante aproximação entre EUA e URSS. O lendário Charles ‘Chappy’ Sinclair é colocado à frente de uma sigilosa missão para comandar um ataque no Oriente Médio feito entre norte-americanos e soviéticos. Logo, Sinclair descobre que a missão está sendo sabotada por alguém no Pentágono, que deseja criar uma instabilidade nas relações entre ambos os países. Os camaradas enviaram aos EUA um grupo de MiG-29 para a missão. Os aviões na realidade eram os F-4 Phantom II, o que levava a crer que os soviéticos haviam copiado o projeto da McDonnell.

Quem também utilizou aeronaves fictícias na época foram os produtores da série Rambo. Quando John Rambo retorna às selvas do Vietnã em “Rambo: First Blood Part II”, ele teve de enfrentar um Mi-24 Hind-D. Na verdade, o modelo utilizado foi um Aérospatiale SA 330 Puma, que recebeu algumas modificações para se tornar um dos mais poderosos helicópteros de ataque do arsenal soviético. O mesmo helicóptero participou da continuação, “Rambo III”, que teve ainda um Aérospatiale SA 341 Gazelle modificado, o que o fazia lembrar um Kamov Ka-50. Atualmente, graças aos efeitos da computação gráfica, o cinema pode contar virtualmente com qualquer tipo de aeronave.

Redação
Publicado em 11/06/2015, às 00h00


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