Aviação de Negócios

Tarifas dos EUA ameaçam vendas dos jatos Dassault Falcon

Dassault alerta que tarifas de até 30% nos EUA podem inviabilizar vendas dos jatos Falcon e afetar metas de 2025

Impostos de até 30% nos Estados Unidos pressionam competitividade da linha Falcon - Divulgação

A Dassault Aviation atribuiu às tarifas dos EUA e às persistentes falhas na cadeia de suprimentos a queda no desempenho da linha de jatos executivos Falcon no primeiro semestre de 2025. Entre janeiro e junho foram registradas apenas oito encomendas, abaixo das onze contabilizadas no mesmo período de 2024, enquanto as entregas permaneceram estáveis em doze unidades.

As possíveis tarifas de importação nos Estados Unidos, com alíquotas de até 30% e previsão de vigência a partir de agosto, estão tornando os jatos de negócios Falcon menos competitivos em relação a modelos rivais norte-americanos.

Segundo Eric Trappier, CEO da Dassault, o cenário tarifário pode inviabilizar operações nos Estados Unidos, crucial para a unidade de aviação de negócios da empresa e para a própria economia norte-americana.

“Ao enfrentar tarifas de 10%, 15% ou 20%, não conseguiremos atuar de forma eficaz nos Estados Unidos”, afirmou Trappier, destacando que o plano de entregar cerca de 40 jatos Falcon até o final do ano dependerá diretamente de um acordo comercial entre Europa e EUA. Embora parte da produção seja finalizada em Little Rock, Arkansas — o que reduz parcialmente a exposição —, o executivo reconhece que qualquer imposto adicional impactará diretamente os custos.

Além do impacto das tarifas nos EUA, a Dassault enfrenta desafios na cadeia global de suprimentos, ainda afetada por distorções decorrentes da pandemia. Segundo Trappier, fornecedores estratégicos continuam passando por reestruturações ou processos de venda judicial, aumentando o risco de atrasos e interrupções. “Embora a situação tenha melhorado, ainda enfrentamos casos críticos e podemos ter mais instabilidade nos próximos dois anos”, disse.

Apesar das dificuldades, o Falcon 6X mostrou desempenho positivo no período, respondendo por cerca de metade das entregas de jatos executivos Falcon e recebendo avaliações favoráveis de operadores globais. A Dassault avalia que eventuais perdas na linha executiva podem ser parcialmente compensadas por contratos do caça Rafale, também produzido pela empresa.