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O que vai acontecer em 10 anos?

Quais aviões a indústria deve anunciar nos próximos anos

Terminada a NBAA 2017, analistas especulam sobre os futuros lançamentos entre os jatos e turbo-hélices da aviação de negócios


Especial NBAA by 

A edição 2017 da NBAA-EBACE chega ao fim com perguntas no ar. Aparentemente em um período de entresafra, a indústria praticamente cessou anúncios de novos produtos e amarga uma fase de queda de vendas. Os números mostram uma breve estagnação. Segundo dados da Gama, as entregas de jatos de negócios giram em torno de 650 a 700 aeronaves anuais desde 2011 após a recuperação de uma queda livre das 1.120 entregas em 2008.

Ainda assim, os grandes fabricantes se mostram pouco ativos, com menos de uma dezena de jatos de negócios em desenvolvimento para entrada em serviço esperado para os próximos quatro anos, incluindo projetos entrantes, como o da Pilatus e o da chinesa Caiga, que é dona da Cirrus. 

Motores 

Paralelamente, há mistérios intrigantes no mercado de motores. O anúncio da Pratt & Whitney Canada à vésperas da NBAA é um exemplo. Durante alguns anos, a P&WC despertou o interesse no desenvolvimento de um motor turbo-hélice na classe dos 2.000 shp. Na NBAA, eles foram mais longe informando o início dos testes demonstrativos dos componentes. A companhia está em ritmo tal que faz crer que o motor esteja pronto dentro de poucos anos, embora até agora não existam plataformas identificadas para a aplicação do motor. 

A Textron Aviation escolheu o motor turbo-hélice avançado da GE Aviation para o Cessna Denali, monomotor que pretende concorrer com o Pilatus PC-12NC e a família TBM. Se o motor da P&WC encontrar outra aplicação, ela pode perfeitamente ser no berço de um Pilatus como resposta ao Denali. 

Daqui 10 anos

Especulações semelhantes podem ser encontrados na previsão de 10 anos de um relatório divulgado pela JetCraft pouco antes da NBAA. Os dados refletam as opiniões da indústria sobre as principais atividades de vários players do mercado. Um exemplo é que, neste momento, a Gulfstream ainda não tem uma resposta para o Bombardier Global 7000, que deve entrar em serviço com uma cabine mais longa e alcance semelhante ao do Gulfstream G650ER. Ou seja, há indícios de que poderemos ter o lançamento de um Gulfstream “G750” para 2020, e um possivel alongamento do G600 para entrada em serviço em 2019.  

Como forte representatividade entre os fabricantes de jatos de negócios de alcance ultralongo, a Dassault pode também querer entrar no mesmo mercado. Por isso, em seu relatório, a JetCraft antecipa um Falcon “9X” para 2023, ainda que também haja informações de que o novo jato da Dassault possa ser um de cabine menor.

Em outros segmentos as especulações também acontecem. A Gulfstream parou de fabricar o G450 diante do desenvolvimento do G500, mais capaz, para entrada em serviço ainda este ano, o que ainda deixa um grande hiato em modelos Gulfstream, entre o super midsize G280 e o G500. Por esse raciocínio, os analistas da JetCraft consideram um novo modelo G400 para 2023.

Finalmente, a Embraer faz uma pausa depois de investir bilhões na última década para lançar quatro jatos de negócios de projeto novo e dois modelos derivados de aeronaves comerciais para o mercado dos jatos de negócios. Essa pausa não deve ser longa, segunda a JetCraft, que espera um Legacy 7000 de cabine larga para entrar em serviço em 2003, substituindo o Legacy 650, derivado do Embraer ERJ135.

Por Ernesto Klotzel
Publicado em 13/10/2017, às 11h20 - Atualizado em 16/10/2017, às 08h40


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