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Ainda não assusta Boeing e Airbus

Primeiro jato comercial chinês já tem 730 pré-encomendas

A maioria dos pedidos do Comac C919 foi feita por empresas aéreas do próprio país




A Commercial Avition Corporation of China Ltd. (COMAC) anunciou que o C919, primeiro jato comecial de grande porte projetado e fabricado na China, recebeu sua pré-encomenda de número 730. O feito mostra a viabilidade do programa, mas está longe de assustar gigantes do setor. Segundo a Boeing, as aéreas chinesas vão necessitar até 5.420 jatos de um corredor até 2036.

De qualquer forma, o duopólio Boeing/Airbus poderá ter uma companhia incômoda. A maioria das encomendas – como parece natural nessa fase inicial - é das aéreas estatais chinesas, algumas das quais optariam por outra aeronave, segundo analistas. O C919 tem contra si o fato de ser tecnologicamente defasado, com um histórico de atrasos repetidos. Provavelmente, só entrará em serviço comercial após 2020.

Em compensação, o C919 tem preço mais baixo (cerca de 10%) quando comparado à eventual concorrência e considerado suficientemente bom não só para a China, mas para outros mercados emergentes. A expectativa é que os mercados das aéreas na África e na Ásia – sempre preocupadas com os seus recursos econômicos - acolham um C919 acessível, que posam atender a suas necessidades, mesmo que sua tecnologia não esteja tão adiantada. 

Os componentes mais importantes do C919, incluindo motores e a maioria dos eletrônicos, são fabricados por empresas não-chinesas. A Comac parece ter tempo de sobra para aprender – sem apressar – o processo de integração de peças e componentes exigido pela indústria aeroespacial moderna.

Por Ernesto Klotzel
Publicado em 27/09/2017, às 12h50 - Atualizado às 14h29


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