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Primeiro estágio de foguete pousa de volta em plataforma

Falcon 9 lança 11 satélites e retorna intacto a Terra


Um clima de histeria e enorme empolgação marcou o lançamento do foguete Falcon 9 no Cabo Canaveral, Estados Unidos, na noite de hoje. Não era para menos, a SpaceX acabará de mudar a história do programa espacial ao colocar simultaneamente em órbita 11 satélites comerciais e ainda fazer o primeiro estágio do foguete Falcon 9 pousar com sucesso numa plataforma.

O retorno do primeiro estágio de um foguete orbital permite que seja reutilizado, o que deve reduzir drasticamente o custo dos lançamentos espaciais. Até então, a cada lançamento um novo foguete tinha que ser completamente construídos do zero, já que todo o conjunto era destruído após retornar a atmosfera.

“Eu ainda não posso acreditar direito”, disse Elon Musk, fundador da SpaceX. “Acho que esse é um momento revolucionário, ninguém jamais trouxe um propulsor de classe orbital de volta intacto”.

Embora nenhum outro foguete orbital tenha retornado após uma missão, essa é a segunda vez que uma empresa consegue tal feito. Em 23 de novembro, a Blue Origin, empresa focada em exploração espacial criada por Jeff Bezos, fundador da Amazon.com, já havia realizado um lançamento similar. A diferença é que o New Shepard é um foguete de único estágio e uma cápsula, voltado a missões suborbitais. Nesse caso, o foguete alcançou uma altitude de 100 km, onde permaneceu por alguns minutos e retornou a base de testes numa região remota no deserto do Texas, Estados Unidos. Esse voo especificamente reproduziu o histórico voo de Alan Shepard, o primeiro norte-americano enviado ao espaço.

A importância do sucesso da missão da SpaceX está no fato de comprovar a viabilidade desse tipo de voo para um veículo orbital com mais de um estágio. Além disso, marca o retorno do Falcon 9 após o acidente durante uma missão que deveria levar suprimentos à Estação Espacial Internacional, em 28 de junho.

A ideia de reutilizar foguetes surgiu ainda na década de 1960, quando a Nasa estudava maneiras de reduzir os custos das missões. Na ocasião, surgiu a proposta para o STS (Space Transportation System), conhecido no Brasil como Ônibus Espacial. A diferença que o STS utilizava dois foguetes acoplado a um veículo orbital e um tanque de combustível externo. Além dos custos infinitamente maiores, o projeto era extremamente complexo e provou ser pouco seguro.

O modelo adotado pela SpaceX permitirá reduzir drasticamente os custos. Segundo a empresa, um lançamento padrão do Falcon 9 custa em média US$ 60 milhões. Desse total, apenas US$ 200 mil é referente a combustível, praticamente todo o resto é alusivo a construção do veículo lançador. A empresa estima que com a reutilização do primeiro estágio o custo por lançamento deverá ficar em torno dos US$ 600 mil, ou seja, 100 vezes menor.

Redação
Publicado em 22/12/2015, às 09h00 - Atualizado às 09h42


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