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Aviões invisíveis

Primeiras tentativas de tornar os aviões invisíveis

As experiências de hoje com “invisibilidade” têm suas raízes em 1943


O projeto da Marinha dos Estados Unidos de 1943 teve o nome de código de Yehudi. A intenção do programa, que era altamente secreto na época e só veio à luz na década de 1980, era dar aos aviões de patrulha da Marinha maiores chances de afundar submarinos inimigos.

Durante 1942, os U-boats alemães afundaram muitos navios mercantes na costa leste dos Estados Unidos. Aeronaves eram mandadas para atacar os submarinos, mas os capitães mandavam submergir imediatamente, assim que avistavam um avião. Quando a aeronave chegava pero o suficiente para atacar, o submarino já havia desaparecido sob a superfície.

Era necessário descobrir uma maneira de tornar a aeronave antissubmarina mais difícil de ser vista e os inventores do Yehudi perceberam que a pintura de camuflagem não faria o trabalho: independentemente de sua cor, o avião se destacava como um ponto preto contra o céu. A única maneira de tornar o avião menos visível era iluminá-lo como uma árvore de Natal.

Os engenheiros equiparam um torpedeiro-bombardeiro Grumman TBM-3D Avenger com 10 luzes de alta intensidade ao longo do bordo de ataque das asas e também em volta do capô do motor. Quando a intensidade das luzes era ajustada para “combinar” com o céu, o Avenger se misturava com o fundo.

Os testes provaram que o sistema Yehudi diminuiu a escala visual de percepção de 12 milhas a 2 milhas (20 km a 1.200 m), permitindo que o Avenger chegou a uma impressionantemente curta distância dos seus alvos antes de que tentassem submergir. Um bombardeiro Consolidated B-24 Liberator também foi modificado, com resultados semelhantes. Yehudi não foi colocado em produção, porque melhores radares já haviam permitido a aviões da Marinha recuperarem a vantagem tática, mas a ideia foi revivida após alguns combates aéreos sobre o Vietnã. Preocupado com o fato de o grande McDonnell Douglas F-4 Phantom II podia ser visto em uma distância maior do que seu adversário russo, o MiG-21, que era muito menor, o Pentágono iniciou um programa chamado Compass Ghost. Um Phantom foi modificado com um esquema de cores azul na parte superior e branco na inferior, na qual foram instaladas nove lâmpadas de alta intensidade, reduzindo a distância de detecção em até 30%.

Santiago Oliver
Publicado em 26/01/2017, às 23h39 - Atualizado em 27/01/2017, às 00h09


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